As micro e pequenas empresas foram as mais afetadas pela diminuição da concessão de empréstimos pelos bancos, de acordo com levantamento realizado pelo Sebrae, a partir de dados do Banco Central. A Carteira de Crédito Ativa, em termos reais, caiu 37% para as microempresas, 36% para as pequenas, 23% para as médias, e 15% nas empresas de grande porte.

“As pesquisas indicam que as micro e pequenas empresas são as maiores geradoras de postos de trabalho. A redução de crédito para esse segmento econômico pode agravar ainda mais o desemprego no país e, consequentemente afetar toda a economia”, observou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

As micro e pequenas empresas representam 98,5% do total de empreendedores no Brasil, respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram mais da metade dos empregos no país.

A redução do crédito às micro e pequenas empresas se verifica não somente na quantia emprestada, mas também no total da Carteira de Crédito Ativa do setor bancário, que caiu de 17,5%, no 4º trimestre de 2014, para 14,4%, no primeiro trimestre de 2017. Os bancos públicos são os que mais emprestam para esse segmento (50% da carteira). Os empréstimos concedidos pelos bancos privados nacionais somam 37% da carteira e os estrangeiros 14%.

“O principal problema é que os juros cobrados pelos bancos no Brasil são muito altos. O que impede o acesso dos pequenos empresários e da população de baixa renda ao crédito e atravanca o crescimento dos demais setores. Já os bancos, têm lucros astronômicos no país, esteja o país em crise, ou não”, afirmou o presidente da Contraf-CUT.

O Fórum Econômico Mundial coloca o Brasil na 93ª posição no índice de desenvolvimento do mercado financeiro, entre 135 países classificados, em consequência da dificuldade de acesso aos serviços financeiros. Neste quesito, em específico, o Brasil ocupa a 131ª posição.

Fonte: Contraf-CUT