A concentração de riqueza aumentou nos últimos anos, acentuando o abismo entre ricos e pobres. Parte da desigualdade se deve também à carga tributária
A concentração de riqueza aumentou nos últimos anos, acentuando o abismo entre ricos e pobres. Parte da desigualdade se deve também à carga tributária, extremamente pesada para as camadas mais pobres da população e apenas residual para as classes mais abastadas.
Para se ter ideia do tamanho da injustiça, além das grandes fortunas serem livres de imposto no Brasil, a exemplo de heranças e dividendos, os tributos sobre o consumo comprometem apenas 8% da renda dos mais ricos, enquanto levam nada menos do que 23% dos mais pobres.
Não à toa, milhões de brasileiros não conseguem comprar nem o básico. Inclusive, o assunto voltou ao centro dos debates há algumas semanas depois de o presidente Lula anunciar que quer reduzir os impostos sobre o consumo para os mais vulneráveis.
A medida pode estar dentro da reforma tributária, que o governo quer aprovar ainda no primeiro semestre, embora o cenário não se apresente muito favorável. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Hadadd, iniciaram os debates para fechar um acordo. A intenção é apresentar a proposta até o fim deste mês.
Importante lembrar que a reforma tributária é fundamental para combater as desigualdades do país e fazer a economia voltar a girar. Se realmente for aprovada com mudanças estruturais, como a taxação das grandes fortunas, o PIB do Brasil pode crescer em até 12% em 15 anos, preveem analistas do governo.
Segundo o secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, se tivesse acontecido uma reforma há 15 anos, o PIB de 2023 teria cerca de R$ 1,2 trilhão a mais, gerando uma renda adicional de R$ 460,00 por mês no bolso do trabalhador.