Reforço de capital do Banco do Brasil deve chegar a R$ 8 bilhões

O aumento de capital que o Banco do Brasil (BB) negocia com o Tesouro para aumentar a capacidade de empréstimo deve somar cerca de R$ 8 bilhões. Grosso modo, esse montante ampliaria em pelo menos R$ 80 bilhões o fôlego da instituição para emprestar ao setor produtivo.

O reforço deve vir sobretudo dos cofres públicos, mas também da participação dos acionistas minoritários, que seriam chamados a subscrever novos papéis.

"Reconheço que o patamar atual (de capital) não é o mais adequado. Por isso, estudamos com o Tesouro Nacional a ampliação do patrimônio", disse ontem o presidente do BB, Aldemir Bendine. "Essa operação passará por uma emissão primária de ações e, por termos compromisso com o Novo Mercado da Bovespa, também por uma oferta secundária."

Pelas regras do Novo Mercado, o BB precisa ter 25% do capital negociado no mercado até junho de 2011. Atualmente, a fatia negociada é de 21,7%. Assim, será preciso ampliar a oferta dos papéis ao mercado – com uma grande oferta aos investidores – nos próximos 18 meses. Boa parte dessa oferta poderá ser de ações já emitidas que o próprio BB mantém em carteira.

Já o aumento de capital viria com a emissão de ações novas. A necessidade de aumentar o capital do BB fica evidenciada pelo chamado Índice de Basileia, indicador calculado conforme o patrimônio do banco que define quanto a instituição pode emprestar.

Pelas regras brasileiras, todo banco deve ter capital mínimo de R$ 11 para emprestar R$ 100 (índice de 11%). No BB, o forte aumento dos empréstimos nos últimos meses sem reforço de patrimônio reduziu o índice de Basileia para 13,9%. Quanto mais próximo de 11%, menor a capacidade de emprestar.

Segundo Bendine, o patamar atual de Basileia permite ao banco aumentar a carteira de crédito em aproximadamente R$ 100 bilhões. Mas mais da metade dessa folga vai ser ocupada em 2010, quando a instituição prevê aumentar a carteira de crédito em R$ 60 bilhões.

"É possível continuar emprestando normalmente por um ano, mas não vamos esperar esse período todo (para a capitalização)", disse o executivo.

Uma capitalização de R$ 8 bilhões elevaria o indicador de Basileia do BB em cerca de 2 pontos, para perto de 16%. "Seria excelente aumentar o índice para algo entre 15% e 16%", disse Bendine.

A maior parcela do dinheiro virá do Tesouro Nacional, mas parte do reforço deverá vir dos acionistas minoritários. A operação já está prevista pela Bolsa de Valores de São Paulo.

Fonte: O Estado de São Paulo / Fernando Nakagawa

Trocando em Miúdos
Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual
Sindicalize-se
Mapa da Violência
Nossos Convênios