O salário base de Geoghegan – sobre o qual todos os seus demais prêmios são calculados – foi de 1,07 milhão de libras esterlinas (US$ 1,6 milhão) em 2008 e permaneceu congelado no ano passado. O salário do diretor de Finanças, Douglas Flint, foi de 700 mil libras esterlinas em 2008 e também foi congelado em 2009. Sua base aumentará em pouco menos de 30% em 2010.
A remuneração de Geoghegan se compara com o salário de 1,1 milhão de libras esterlinas recebido em 2008 por John Varley, executivo-chefe do Barclays, seu maior rival do Reino Unido. Chris Lucas, diretor financeiro do Barclays, recebeu 638 mil libras esterlinas em 2008. Stephen Green, o presidente do conselho de administração, que no mês passado fez duras críticas contra o nível inflado e a estrutura distorcida das gratificações nos bancos, não receberá aumento salarial.
Os investidores estão cada vez mais sensíveis a planos de remuneração corporativos, depois que órgãos reguladores e líderes políticos os instaram a ser melhores "condutores" e a assegurar que os conselhos de administração prestem contas sobre remuneração dos executivos.
"Os investidores tendem a dirigir perguntas inquisitivas ao HSBC, tendo em vista o tamanho do aumento concedido aos mais altos executivos do banco no clima atual", diz o chefe de um grupo de investidores, que acrescentou que os acionistas não poderão votar sobre o aumento nos salários-base.
O HSBC, que no ano passado captou 13,5 bilhões de libras esterlinas no que à época foi considerada a maior emissão de direitos do mundo, disse que os aumentos salariais foram concebidos para refletir uma mudança nas responsabilidades de Geoghegan e Flint.
Geoghegan transferiu no ano passado sua base para o regime de baixa tributação de Hong Kong. Flint assumiu responsabilidades adicionais no conselho de administração, passando a responder pela área de conformidade às normas, regulação e risco.
Vários investidores destacados do Reino Unido disseram que estão apreensivos porque um aumento de até 40% nos salários dos diretores poderá elevar não só a remuneração total neste ano, mas também a remuneração futura. A maioria dos itens particulares da remuneração é calculada como múltiplos do salários-base.
Erik Breen, encarregado de investimento responsável na Robeco na Holanda, que criticou os planos de remuneração da Shell no ano passado, disse ontem: "Um aumento nos salários deveria ser acompanhado por uma redução no elemento variável da remuneração".
Em nota, o HSBC respondeu: "É importante ressaltar que o HSBC não se apropriou de nenhum dinheiro do contribuinte e que temos sido lucrativos, geramos capital, pagamos dividendos e continuamos completamente abertos para negócios durante toda a crise".