Na noite desta segunda-feira (18), no Espaço Cultural Marcos Lucena, do Sindicato dos Bancários da Paraíba, a representante dos empregados da Caixa Econômica Federal no Conselho de Administração e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, fez o lançamento dos livros “Se é público, é para todos”, fruto da campanha do Comitê, lançada em 2016, e “Caixa, banco dos brasileiros”, de sua autoria.
A mesa virtual foi aberta pelo Presidente do Seeb-PB, Marcelo Alves, que saudou os presentes e convidou a fazer parte dos trabalhos: o vereador Marcos Henriques, que é membro da diretoria do Sindicato, Gilberto Paulino, secretário de finanças da CUT-Paraíba e a palestrante Rita Serrano.
Ela fez uma análise da situação das privatizações no País, uma vez que o governo Temer listou 173 empresas e ativos para privatizar. “ Graças a resistência da sociedade e dos trabalhadores o governo só conseguiu privatizar até agora 30% desse montante, mas a mobilização precisa aumentar para não permitir que a destruição do patrimônio brasileiro continue, falou Rita.
Os bancos públicos não constam da lista de privatizações. Entretanto, estão sendo desmontados. “De 2014 pra cá, os bancos federais já perderam 30 mil trabalhadores. A maioria saiu em planos de demissão voluntária. O Banco do Brasil fechou 700 agências, a Caixa Econômica fechou 30 e ainda este ano pretende fechar mais 100 agências. Além disso, os bancos públicos vêm adotando uma política de aumento dos juros e das tarifas sobre serviços, bem como reduzindo a oferta de crédito; medidas que prejudicam a sociedade, pois deixam de cumprir o seu papel de investir no desenvolvimento do país”, denunciou.
Segundo Rita Serrano, o governo quer que os bancos públicos se igualem à mesma política dos bancos privados, o que é prejudicial à população brasileira. “Já tem operações de bancos públicos sendo privatizadas: o Banco do Brasil já privatizou a seguradora, privatizou a empresa de cartão de crédito e pretende privatizar outros ativos. Na lista de privatizações da Caixa Econômica Federal está a loteria instantânea, que é um ativo importante da Instituição financeira. É importante a sociedade saber que cerca de 40% da arrecadação das loterias é investido em programas sociais e fundos, como fundo de cultura, fundo de previdência e de educação. Portanto, ao privatizar as loterias, começando com a instantânea, a população também vai perder investimentos”, arrematou.
Por fim, Rita Serrano falou sobre as demissões nas empresas públicas. “As empresas públicas estão demitindo funcionários concursados: A Casa da Moeda demitiu em torno de 230; a Eletrobrás, 150; os Correios estão ameaçando demitir 5 mil trabalhadores. Na última década tínhamos uma estabilidade cultural, ou seja, nos governos Lula e Dilma não tivemos demissões; muito pelo contrário, aumentou o nível de emprego no país. No governo FHC houve demissão e agora no governo Temer, voltaram as demissões. Tudo isso faz parte do processo de desmonte das empresas públicas brasileiras e os bancários têm que resistir à essas ameaças ao patrimônio público e às empresas públicas. E a melhor forma de fazer isso é participando efetivamente da Campanha Nacional dos Bancários em curso”, encerrou.
Marcelo Alves avaliou positivamente o lançamento do livro, principalmente pelo amplo debate com as bancárias e bancários que prestigiaram o evento. “Mais uma vez, agradecemos à companheira Rita Serrano, não só por ter aceitado o convite mas, também, pela brilhante palestra sobre os ataques às empresas estatais, com foco no desmonte dos bancos públicos. Tenho certeza que daqui saírão multiplicadores capazes de dialogar com os companheiros de trabalho e, principalmente, com a sociedade, para que abram os olhos ante ao massacre perpetrado pelo governo golpista contra o povo brasileiro. Com o objetivo de pagar o apoio que teve para dar o golpe, Temer privatiza nossas empresas e deixa o país à mercê das grandes multinacionais e do mercado financeiro privado. O único caminho no curto prazo para tentar resolver isso é ter eleições democráticas e eleger pessoas comprometidas com o Brasil e com os brasileiros. concluiu o presidente do Sindicato.