O dia a dia de quem trabalha nas agências do Bradesco é tomado por completo desrespeito ao ser humano aliado a uma situação de caos generalizado por falhas na estrutura física, carência no mobiliário e até em impressão de senhas. É o que foi constatado pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) em visitas a algumas agências do Bradesco, principalmente em Porto Velho.
Os dirigentes sindicais apuraram queixas e puderam confirmar ‘in loco’ que a situação beira o absurdo, a exemplo do que acontece na agência da avenida Carlos Gomes, no Centro de Porto Velho. Funcionários são obrigados a passar o dia inteiro em pé, distribuindo senhas aos clientes e usuários na entrada da agência. Não há sequer revezamento.
Além de expor o funcionário a riscos de segurança, uma vez que a distribuição de senhas é feita do lado externo, antes de os clientes ultrapassarem as portas com detectores de metal, a situação tem contribuído para o surgimento de lesões nos membros inferiores.
O Seeb/RO percebeu ainda que naquela unidade o ambiente de trabalho está completamente insalubre, pois a estrutura física da agência apresenta problemas como fiação elétrica exposta, colocando em risco a integridade física dos trabalhadores, além da falta de mobiliário adequado ao exercício do trabalho.
“Confirmamos que existem momentos em que o funcionário é obrigado a sentar em um balde de lixo para poder trabalhar, pois faltam cadeiras e as que tem são completamente inadequadas ou estão quebradas. Sem mencionar o fato de que há mais de um mês não são impressas senhas, e os caixas precisam ficar o dia inteiro gritando pelos números dos clientes e usuários para o atendimento”, descreve José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.
O dirigente conta ainda que o desrespeito com o ser humano também pode ser comprovado na agência da avenida Sete de Setembro, também no Centro de Porto Velho. Ali, outros funcionários do Bradesco são obrigados a ficar o dia inteiro em pé para distribuir senhas ou fazer o chamado “pré-atendimento”, o que também é uma irregularidade, pois gera um clima de constrangimento tanto para o funcionário, que tem que ficar obstruindo o acesso à porta giratória, perguntando a cada pessoa o que esta pessoa vai fazer na agência, quanto ao cliente ou usuário, que vê tolhido seu direito de ir e vir sem ter que ficar dando satisfações a desconhecidos, mesmo que estes sejam funcionários do banco.
“Não vamos admitir que essa postura de tirania do banco com os trabalhadores, o desrespeito com a figura humana e o ambiente de trabalho insalubre continuem nas agências, e por isso já estamos enviando as denúncias para o Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Estadual para que este absurdo cesse de uma vez por todas”, concluiu Pinheiro.