Um policial disse que nos assaltos superiores a R$ 100 mil as quadrilhas tinham informações privilegiadas sobre o volume de dinheiro nos bancos. De acordo com ele, esses dados foram passados por vigilantes ou outros funcionários. O policial afirmou ainda que, na maioria dos casos, os criminosos entraram nos bancos usando roupas sociais, para se passar por clientes, ou com uniformes da Polícia Civil.
O maior assalto do ano ocorreu no dia 31 de março, na transportadora de valores Protege, na Água Branca, zona oeste. Segundo a Polícia Civil, os criminosos levaram R$ 3,9 milhões e o caso foi registrado como roubo a banco. Em janeiro de 2009 também houve um caso de roubo a carro-forte registrado como assalto a banco. Na ocasião, o bando levou R$ 1,2 milhão.
Os números de roubos a bancos na capital, entretanto, são divergentes. As estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) apontam 86 casos no primeiro semestre de 2010, um aumento de 13% em comparação com os 76 casos em igual período do ano passado. Os dados do terceiro trimestre devem ser divulgados em 30 de outubro.
Já a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) contabilizou 88 roubos no primeiro semestre deste ano na capital e 75 em igual período de 2009. A Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos, do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), responsável pelo combate a esse tipo de crime, não tem uma estatística oficial.
O delegado titular, Maurício Druziani, disse que assumiu o cargo há pouco mais de um mês. Segundo ele, sua equipe ainda não tinha os números oficiais porque realizava um levantamento mais detalhado dos boletins de ocorrência. "Estamos fazendo essa análise para termos os dados corretos. Em alguns casos, as ocorrências foram registradas como roubos, mas na realidade houve tentativa", diz.
Com base no livro de registros da Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos, onde as ocorrências são anotadas à caneta, a equipe de Druziani fez um levantamento preliminar e relatou 82 assaltos na capital de janeiro a setembro deste ano. Mas os dados foram registrados na gestão anterior e o número é inferior aos 86 contabilizados pela SSP no primeiro semestre de 2010. Druziani e a Febraban não divulgam os valores roubados.
Delegacia
Antes da troca de comando, a Delegacia de Repressão a Roubo a Bancos tinha 50 investigadores e três delegados. Eles acumulavam a função de investigar as ações do crime organizado, principalmente do Primeiro Comando da Capital (PCC). Hoje, a unidade possui 23 investigadores, 2 delegados e 1 carro para fazer ronda.
Druziani afirmou que isso ocorreu porque também há menos roubos a bancos. Nos anos 90, pelo menos 30 agências eram assaltadas por dia. Em 2005, quando a SSP passou a divulgar os dados, ocorreram 243 roubos na capital.
Fonte: O Estado de S.Paulo