O Bradesco anunciou nessa semana que o Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE), encerrado dia 31 de agosto, teve a adesão de 7,4 mil bancários em todo o país. Nesse mesmo período, o banco já colocou em prática uma nova forma de contratação, já se organizando para a nova legislação trabalhista, que entra em vigor em novembro, e utilizando a lei da terceirização, que permite terceirizar todas as atividades das empresas.
De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato, as novas contratações realizadas pelo Bradesco são baseadas em processos seletivos mediados pela empresa Atento RH, dentro do prédio do Centro Administrativo Hauer, em larga escala. Enquanto o Bradesco demitiu 862 bancários sem justa causa (fora do PDVE) em 2017, na base de Curitiba e região, pelo menos outros 150 trabalhadores foram selecionados por empresa terceirizada para assumir funções de call center.
Esses trabalhadores terceirizados do Bradesco estão desamparados pela nova legislação e não terão acesso aos itens previstos e garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. Terão que escolher: vale alimentação ou refeição? O piso não terá novo valor após o período de experiência de 90 dias. “Esses trabalhadores sequer poderão ser representados por sindicatos fortes nas negociações. E o reflexo mais evidente da precarização das relações de trabalho será na saúde do trabalhador, que terá mais e mais demandas para atender sem a estrutura adequada”, afirma Cristiane Zacarias, representante do Paraná na COE Bradesco.

Paula PadilhaSEEB Curitiba