A perspectiva de incremento do número de estudantes de ensino superior no país tem trazido as contas correntes especialmente desenhadas para os universitários de volta à linha de frente dos maiores bancos de varejo. O tema é objeto de longa reportagem publicada nesta sexta-feira, dia 4, pelo jornal Brasil Econômico.

A elevação da renda da nova classe média brasileira e a ampliação dos programas de governo para o acesso à universidade fazem os especialistas acreditarem que o Brasil consiga fazer crescer a taxa de jovens de 18 a 24 anos que frequentam a faculdade, que atualmente está em apenas 13,7%.

No México, a proporção deve atingir 30% ainda neste ano, taxa que era também a meta brasileira para 2011. O que interessa, do ponto de vista da instituição financeira, é o alto nível de fidelização alcançado com o estudante como cliente – que, grosso-modo, é alfabetizado financeiramente por meio da utilização das contas universitárias.

Segundo as estatísticas das principais instituições financeiras, em média 80% dos universitários se tornam correntistas regulares da mesma instituição depois que encerram os estudos. "Mantemos os benefícios das contas universitárias, como as tarifas baixas, por três anos após o estudante sair da faculdade", explica o diretor da divisão de universidades do Grupo Santander Brasil, Jamil Hannouche.

Conforme a reportagem, o banco espanhol especializou-se na área com a compra do Real, há dois anos, pois a instituição já era uma das referências na área. Juntando as duas carteiras, o Santander tem hoje aproximadamente 1,1 milhão de contas universitárias – e são 5,8 milhões os estudantes de ensino superior no Brasil, de acordo com o último Censo da Educação Superior realizado pelo Ministério da Educação.

Em número de contas universitárias, o Santander se aproxima do Banco do Brasil, líder do segmento com 1,3 milhão de clientes. "Nossa participação nesse mercado chega a 25%", destaca o diretor de varejo do BB, Janio Carlos Endo Macedo. A instituição começa a se preparar para a chegada do período de matrículas do segundo semestre, quando se intensifica a abertura de novas contas.

Em média, o banco abre cerca de 200 mil novas contas universitárias por ano. Mas, neste ano, apenas em janeiro, foram 75 mil os clientes estudantes que chegaram ao banco.

Para os próximos meses, serão alvo de uma força-tarefa do BB os cerca de 100 mil estudantes de 38 universidades, entre públicas e privadas, eleitas como prioritárias para a instituição.

Para captar novos clientes, o Santander lança mão de uma rede de instituições parceiras em constante ampliação, somando 520 faculdades atualmente, sendo que 340 mantêm convênios integrais, ou seja, têm à disposição soluções financeiras não só para os alunos como também para a comunidade de funcionários e a instituição.

De olho nos direitos dos bancários

A Contraf-CUT e os sindicatos acompanham o movimento do Santander, preocupados com a pressão sobre os funcionários para trabalharem à noite nas universidades, sem o respeito à legislação e aos direitos dos trabalhadores. O assunto já foi apresentado pelo Sindicato dos Bancários de Londrina, durante o Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), mas ocorre em todo Brasil.

O tema será discutido em reunião específica sobre condições de trabalho com o banco espanhol, no próximo dia 18 de junho, em São Paulo.

Fonte: Contraf-CUT com Brasil Econômico

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