O Santander também revelou, sem nenhum destaque, o balanço apurado pelas normas contábeis brasileiras, com lucro de R$ 4,36 bilhões.
O pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será efetuado no próximo dia 19, junto com a folha de fevereiro.
"Apesar da crise financeira mundial, os bancários mostraram empenho e dedicação e foram os principais responsáveis pelo enorme lucro do Santander no Brasil e no mundo", ressalta o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "Esperamos que desta vez o banco utilize o lucro apurado pelas normas internacionais para o cálculo da PLR, valorizando a participação do Brasil no gigantesco resultado mundial", reivindica o dirigente sindical.
"Após o longo processo de negociação, que resultou na proposta com avanços de aditivo à convenção coletiva e melhoria do Programa de Participação nos Resultados (PPR), o banco precisa manter a agenda positiva, pagando a PLR pelas regras internacionais e valorizando os seus trabalhadores", acrescenta.
Outros números do balanço
As receitas subiram 19,6%, para R$ 31,279 bilhões. A carteira de crédito do Santander no Brasil cresceu 1,7% na comparação anual, encerrando o ano passado com R$ 138,3 bilhões. Somente para pessoa física, houve um incremento de 10,7% nos financiamentos, para R$ 43,3 bilhões em 2009, enquanto para as grandes empresas houve um ganho de 0,4%, para R$ 37,9 bilhões.
O banco informou ainda que seu patrimônio líquido em 2009 somou R$ 69,2 bilhões, com incremento de 39% ante os R$ 49,837 bilhões verificados no ano anterior.
No quarto trimestre de 2009, o lucro líquido foi de R$ 1,591 bilhão, 8% acima do montante de R$ 1,472 bilhão registrado no trimestre anterior. Ante os R$ 906 milhões verificados no quarto trimestre de 2008, a alta foi de 75,6%, comprovando a recuperação dos resultados do banco após a turbulência da crise.
Todos os dados comparativos com 2008, no entanto, são pro forma, e consideram como se o Santander tivesse consolidado o Banco Real a partir de 1º de janeiro de 2008.
Redução de 1.752 funcionários em 2009
O balanço mostra também que o Santander encerrou o exercício de 2009 com 52.457 funcionários, enquanto tinha 54.109 em 2008, o que significou o fechamento de 1.752 postos de trabalho, um corte de 3,1%.
Com isso, a despesa de pessoal caiu de R$ 5,674 bilhões em 2008 para R$ 5,511 bilhões em 2009, uma redução de 2,9%.
Já o número de clientes, que era de 20,918 milhões em 2008, aumentou para 22,240 milhões, um crescimento de 6,3%. "Isso comprova por que os funcionários andam sobrecarregados de serviços, pois existem menos funcionários para atender mais clientes", observa o diretor da Contraf-CUT.
Apesar das promessas do banco de abertura de novas agências, o balanço mostra que o número de unidades quase permaneceu o mesmo. Em 2008 havia 2.083 agências, passando para 2.091 no ano passado, um crescimento de apenas oito dependências, o que representa 0,4%.
"Queremos que o banco abra novas agências no Brasil, aproveitando o momento de crescimento da economia e a onda de bancarização, realocando para essas unidades principalmente os funcionários atingidos pelo processo de fusão", salienta Ademir. "É hora de ampliar o quadro de pessoal das agências para melhorar as condições de trabalho e qualificar o atendimento aos clientes, gerando empregos e renda, como forma de responsabilidade social com o povo brasileiro", conclui o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT com UOL e Santander