Crédito: Maurício Morais – Seeb São Paulo
Maurício Morais - Seeb São Paulo
Sem avanços, bancários indicam dia nacional de luta na próxima terça

Na quinta rodada de negociação específica da Campanha Nacional 2014 com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, ocorrida nesta quinta-feira (6) em São Paulo, o Santander frustrou as expectativas ao fazer uma proposta insuficiente para atender a pauta de reivindicações dos funcionários. Nova rodada foi agendada para a próxima quinta-feira (13), quando também será discutido o Programa de Participação nos Resultados do Santander (PPRS).

Após a negociação, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) indicou para as entidades sindicais a realização de um dia nacional de luta na próxima terça-feira (11), visando pressionar o banco a apresentar uma proposta decente para os trabalhadores.

“Precisamos mandar um recado para o Santander, dizendo que essa proposta não está à altura do lucro gigantesco de R$ 4,3 bilhões até setembro, que representa 20% do resultado global do banco. Os trabalhadores brasileiros merecem ser respeitados e valorizados e isso se faz com uma proposta decente para o aditivo”, afirma o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “A mobilização é a única linguagem que os bancos entendem”, destaca.

Proposta insuficiente

O Santander reafirmou a proposta feita nas rodadas anteriores que traz somente adequações em cinco cláusulas do aditivo vigente. A única novidade foi a mudança na concessão das 2.500 bolsas de estudo para primeira graduação e pós.

Após a pressão dos dirigentes sindicais, o banco recuou do congelamento das bolsas e aceitou a aplicação do reajuste da categoria no valor de 50% da mensalidade, hoje limitada a R$ 442,80, o que vinha sendo feito ano a ano, exceto em 2013.

Os dirigentes sindicais cobraram também a melhoria da cláusula de igualdade de oportunidades, visando garantir que haja um grupo de trabalho, com reuniões em abril e novembro, para acompanhar o combate às práticas discriminatórias de gênero, raça, idade, orientação sexual e em relação às pessoas com deficiência. O banco ficou de analisar.

A proposta do banco nada possui para ampliar e proteger o emprego e melhorar as condições de trabalho, nem avanços na saúde e na previdência complementar, além de não atender às demais reivindicações econômicas e sociais dos funcionários”, critica Ademir. “Nem a folga-aniversário, independente da folga-assiduidade prevista na convenção coletiva, o banco concorda em conceder”.

Principais reivindicações

Os representantes dos trabalhadores ressaltaram a necessidade de o banco parar com as demissões, a rotatividade e as terceirizações, e fazer mais contratações e criar um centro de realocação para evitar dispensas em caso de fechamento de agências.

Há falta de funcionários, metas abusivas, sobrecarga de serviço e assédio moral, causando estresse, adoecimentos, uso de remédio tarja preta e afastamentos do trabalho. “Essa situação não pode continuar”, salienta o diretor da Contraf-CUT.

Para garantir avanços no aditivo, os dirigentes sindicais defendem o atendimento das reivindicações da pauta específica, tais como:

– fim das metas abusivas;
– fim das reuniões diárias para cobrança de metas;
– fim das metas para a área operacional;
– manutenção do plano de saúde na aposentadoria nas mesmas condições vigentes quando na ativa;
– realização de eleições democráticas e transparentes no SantanderPrevi;
– PLR para funcionários afastados por licença médica;
– isenção de tarifas e a redução das taxas de juros para funcionários e aposentados;
– auxílio moradia;
– empréstimo de um salário nas férias com desconto em 10 vezes sem juros, a exemplo dos funcionários oriundos do Banespa;
– auxílio academia para todos;
– licença remunerada à mulher vítima da violência;
– mudança nos procedimentos da auditoria interna e externa;
– licença não remunerada para fins de estudo;
– ampliação das informações funcionais, a exemplo da Espanha.

Fonte: Contraf-CUT