Após denúncia da Contraf-CUT, o Santander recuou e alterou o material didático utilizado pelo banco espanhol em um treinamento que aplica a seus funcionários via intranet em que tratava dirigentes sindicais como vândalos. A instituição retirou a expressão "manifestações sindicais" dentre os atos de vandalismo.

A mudança foi uma das exigências da carta da Contraf-CUT, protocolada junto ao banco, no último dia 12, pelo coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Marcelo Sá, durante a reunião do Fórum de Saúde e Condições de Trabalho. O fato havia revoltado os dirigentes sindicais.

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Recuo

Na versão anterior, ao apresentar "casos reais" de "vandalismo" no curso de risco operacional, o banco espanhol defende a necessidade de "reforçar a segurança e/ou colocar tapumes nas portas localizadas em vias sujeitas a tumultos em dias de jogos, manifestações sindicais, festas populares e outros".

Na nova versão, após o protesto da Contraf-CUT, o banco alterou o texto. "Neste caso, não existem controles, mas poderíamos reforçar a segurança e/ou colocar tapumes nos pontos de vendas localizados em vias sujeitas a tumultos em dias de jogos, distúrbio civil, festas populares e outros".

"Consideramos abominável o enquadramento pelo banco de manifestações sindicais como atos de vandalismo. Para nós, trata-se de mais uma prática antissindical do Santander, que não pode ser tolerada no banco, na medida em que agride o movimento sindical e a luta dos trabalhadores em defesa do atendimento de suas reivindicações", afirma o documento da Contraf-CUT, assinado pelo presidente Carlos Cordeiro e pelo funcionário do banco e secretário de imprensa, Ademir Wiederkehr.

E a retratação?

Na carta, a Contraf-CUT cobrou também "uma retratação junto às entidades sindicais e aos funcionários do banco que já participaram desse treinamento", o que ainda não ocorreu.

"Esperamos que o banco também faça essa retratação. Os dirigentes sindicais não são vândalos, mas sim representantes eleitos democraticamente pelos trabalhadores para defenderem os seus interesses e as suas reivindicações, merecendo um tratamento respeitoso e digno", destaca Ademir.

"Está na hora de o Santander respeitar o Brasil e os brasileiros", reitera Ademir. "Queremos emprego decente".

Fonte: Contraf-CUT