Responsável por 25% do resultado grupo, o Brasil certamente engordou o capital da matriz. De janeiro a setembro, o Santander Brasil lucrou R$ 2,7 bilhões. Mas não foi só isso. Uma transação fechada pelo Santander Espanha envolvendo a subsidiária brasileira há mais de um ano também está trazendo alívio ao grupo agora.
Em outubro de 2010, a matriz vendeu para a Qatar Holdings, braço de investimentos do fundo soberano do Qatar, ? 2,7 bilhões em títulos obrigatoriamente conversíveis em ações do Santander Brasil. É o equivalente a 5% da unidade brasileira.
Apesar de no ato da venda dos papéis o dinheiro já ter entrado no caixa do Santander, o banco não podia contabilizar esses recursos como capital. Isso porque a conversão, apesar de obrigatória, ainda não ocorreu, só se dará no vencimento dos bônus, em 2013.
Agora, ao separar em um outro banco as ações que entregará à Qatar Holdings no vencimento dos bônus, o Santander conseguiu com os reguladores o direito de poder registrar o dinheiro no capital. O banco informa que o acordo para já retirar as ações do seu balanço foi costurado na semana passada. Em comunicado, o Santander informa que transferiu 4,41% do capital da unidade brasileira a uma instituição financeira.
"Pegamos o dinheiro em 2010 e o que conseguimos agora é o tratamento dele como capital", afirmou ao "Financial Times" José Antonio Alvarez, diretor de finanças do Santander. Agora a meta do banco é alcançar até junho de 2012 um índice de 10% de capital.
O banco anunciou outra mudança envolvendo o Brasil. Uma fatia de 5,18% do Santander Brasil que era detida pelo Grupo Empresarial Santander foi transferida ao banco Santander Espanha. A instituição, porém, não detalha os motivos dessa operação.
Clique aqui para ver o comunicado do banco ao mercado.
No Brasil, as units do Santander encerraram o dia em alta de 1,58%, a R$ 15,34, enquanto o Ibovespa subiu 0,82%. O principal motivo da alta, segundo analistas, é que, ao alcançar o capital mínimo, dilui-se o risco de o banco vender fatias adicionais da operação brasileira.
A transação com o bônus do Qatar deixou o Santander mais perto de alcançar 25% de ações em circulação até o fim deste ano (agora está em 22,75%). Na Espanha, os papéis encerraram o pregão estáveis.
Fonte: Carolina Mandl – Valor Econômico