O governo venezuelano fechou na última sexta-feira, dia 22, a compra do Banco da Venezuela, braço do Grupo Santander no país, por US$ 1,05 bilhão, a ser pago em três fases que terminarão em 30 de dezembro deste ano.

O vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizales, disse que uma primeira parte do pagamento, no valor de US$ 630 milhões, será efetuada em 3 de julho, quando será assinado o "contrato de compra e venda". Serão emitidas duas letras de câmbio no valor de US$ 210 milhões, com vencimento em 3 de outubro e 30 de dezembro próximos, disse.

Carrizales afirmou, em entrevista coletiva, que o Estado tomará o controle operacional do banco a partir de 3 de julho, e que terá à disposição a plataforma de informática do Santander durante dois anos, com uma eventual prorrogação de mais um ano.

O acordo de compra e venda, acrescentou o vice-presidente, inclui a autorização para conceder ao Santander divisas no valor de US$ 182,4 milhões em 27 de maio, e US$ 122,3 milhões em 3 de julho de 2009, para permitir-lhe "repatriar dividendos".

Desde fevereiro de 2003, vigora na Venezuela um ferrenho controle de câmbio, com uma taxa atual de 2,15 bolívares por dólar. Segundo o presidente do Banco da Venezuela e representante da entidade espanhola, Michel Gouguikian, o Grupo Santander está "extremamente satisfeito" com o acordo alcançado com o governo venezuelano para a venda de sua filial nesse país.

Em uma breve declaração feita depois de assinar o convênio, Gouguikian disse que o acordo e a negociação aconteceram em "um âmbito de total e absoluta cordialidade, em um âmbito de diálogo". "Acho que conseguimos um acordo muito satisfatório tanto para a República [da Venezuela] quanto para o Banco Santander", afirmou.

O vice-presidente venezuelano ofereceu uma mensagem de calma aos "6 mil trabalhadores" do Banco da Venezuela, aos quais garantiu estabilidade laboral, assim como aos clientes da entidade, que "podem ter a tranquilidade de que não serão afetados de maneira alguma".

Carrizales não quis antecipar dados sobre a eventual fusão do Banco da Venezuela com alguma outra instituição financeira pública e afirmou que, uma vez assinado o contrato de compra e venda, será anunciada a nova direção da entidade. O vice-presidente venezuelano fez essas declarações depois da assinatura, em seu escritório do acordo para a compra do banco por parte do ministro das Finanças venezuelano, Alí Rodríguez, e do presidente do Banco da Venezuela.

A compra do banco faz parte de um amplo processo de estatização da economia promovido pelo presidente Chávez.

Fonte: DCI

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