O presidente da França, Nicolas Sarkozy, vai propor hoje ao G-20 que seja estabelecido um teto aos bônus de executivos dos bancos e "traders" em função de porcentagem do faturamento da instituição ou do montante de fundos próprios.

A ideia é que os bônus sejam adotados para um período de três anos. Não se paga nada no primeiro ano, mesmo com lucro dos bancos. No segundo, também não se paga se não houve lucros, e no terceiro se calcula o valor líquido do período.

A adoção de teto para os bônus está provocando uma "briga" dentro do G-20, admitiu Sarkozy em entrevista ontem à noite para a televisão. A Europa está de acordo com a posição da França e da Alemanha, mas os Estados Unidos estão entre os principais resistentes.

"O capitalismo não pode recomeçar como antes", afirmou Nicolas Sarkozy, qualificando a questão dos bônus escandalosos pagos a banqueiros como "a parte visível do iceberg" do movimento especulativo que tomou conta dos mercados e ajudou na mais dramática crise financeira dos últimos 60 anos.

Um acordo no G-20 sobre os bônus deverá necessariamente ser aplicado no mercado bancário brasileiro, possivelmente antes de outras economias que não fazem parte do grupo dos líderes que se reúnem em Pittisburgh.

Sarkozy adiantou também que hoje o G-20 deverá aprovar sanções a serem aplicadas, a partir do primeiro trimestre de 2010, contra paraísos fiscais que não cooperarem com as novas regras contra o segredo bancário.

Fonte: Valor Econômico / Assis Moreira, de Genebra

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