Nesta segunda-feira, 30 de outubro, os sindicatos ligados à Contraf CUT promoveram mais uma mobilização nacional em defesa do Saúde Caixa.

Em João Pessoa, o Sindicato dos Bancários da Paraíba, em parceria com a Apcef PB e Associação dos Empregados Aposentados da CAIXA (AEA), organizou atos nas agências Trincheiras e Cabo Branco, no centro da cidade.

Nas outras unidades, os delegados sindicais mobilizaram os empregados, que fizeram atos silenciosos utilizando cartazes em defesa do plano de saúde.

A data da mobilização foi escolhida para celebrar os 38 anos da greve histórica dos empregados da CAIXA que paralisaram as atividades durante 24 horas no dia 30 de outubro de 1985. Lucinda Cavalcante, empregada aposentada da CAIXA, participou do ato histórico e hoje se reuniu com os colegas da época para reproduzir a foto na escadaria da agência Cabo Branco. “Nos reunimos no edifício sede da CAIXA, onde hoje funciona a agência Cabo Branco, para nos manifestarmos em defesa das 6 horas Já! Era um tempo bom, sempre que lembro dessa época me vem à mente a música Coração de Estudante, de Milton Nascimento”, disse.

Até então, os empregados eram chamados de economiários. Após a greve, passaram a ser considerados trabalhadores bancários, com direito à sindicalização e a jornada de 6 horas.

“Quase 40 anos depois de um dia de luta histórico, os empregados da CAIXA se reúnem novamente, dessa vez para lutar pela garantia da nossa saúde. Reunir o pessoal da ativa junto com os aposentados é muito simbólico e mostra a força da nossa união”, disse Silvana Ramalho, empregada da CAIXA e secretária-geral do Sindicato dos Bancários da Paraíba.

Acordo

O acordo aditivo do Saúde Caixa termina em dezembro deste ano. Por isso, os empregados estão unidos pela manutenção do plano. A Comissão Executiva de Empregados da CAIXA está a frente das negociações junto ao banco.

As projeções da CAIXA trazem aumentos assustadores para o plano. Pela proposta do banco, a mensalidade dos titulares, que hoje é de 3,5% da remuneração base, passaria para 6,46% em 2024 e 7,25% em 2025. Já a dos dependentes, que hoje é 0,4% passaria para 0,74% e 0,83%, respectivamente. Até 2015, o plano era superavitário. A redução do número de empregados ao longo dos últimos anos, a inflação médica crescente e o teto de 6,5% da folha de pagamento imposto pela mudança do estatuto em 2017 são os principais fatores que contribuiram para o cenário atual. A projeção do déficit para 2023 é de R$ 355 milhões. “Essa conta não pode ser paga pelos empregados. O plano é gerido pela CAIXA, logo ela é responsável por tudo que acontece”, disse Lindonjhonson Almeida, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba.