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A saúde, ou a falta dela, esteve em pauta no Seminário Regional de Saúde do Trabalhador,  que aconteceu durante os dias 2 e 3 de junho, promovido pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba (SEEB/PB) em sua sede, na capital. Durante dois dias, diretores de vários estados do Nordeste compartilharam experiências e discutiram soluções no combate que fazem parte da rotina dos bancários e bancárias: assédio moral, perda da saúde psíquica, transtornos mentais e comportamentais, Lesão por Esforço Repetitivo (LER), entre ou males.

O objetivo principal foi discutir o problema do adoecimento do bancário e buscar mais conhecimento sobre a questão no sentido de proporcionar uma melhor assistência à categoria. “É um momento importante em que estamos nos capacitando e qualificando para que possamos repetir experiências positivas registrados em outros sindicatos, a exemplo do nosso vizinho pernambucano”, considerou o presidente do SEEB/PB, Marcos Henriques se referindo à presença dos diretores do Sindicato de Pernambuco, Welligton Trindade Júnior e João Rufino.

A experiência da Contraf, através de seu diretor de Saúde, Walci Previtale, também foi compartilhada durante o seminário. Previtale sugeriu a implantação de uma política nacional de saúde do trabalhador. Ele acredita que a questão da saúde do trabalhador bancário não é algo isolado, mas que está no processo e organização do trabalho, passando por aspectos como a jornada diária, remuneração, terceirização.

“É urgente propor políticas de enfrentamento junto à classe patronal e ao próprio Governo. Temos que discutir o adoecimento dos bancários com um olhar mais amplo”, pontuou. O dirigente ainda ressaltou a importância da atuação dos sindicatos não apenas quando se trata das conseqüências, mas principalmente, nas causas com ações preventiva. Ações como a cobrança cada vez maior contra as metas abusivas e o combate ao assédio moral.

A ampliação do tema saúde do trabalhador para além da questão salarial também esteve em discussão. Para o coordenador do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST), Kleber José, em sua palestra sobre ‘Qual o papel do Movimento Sindical no controle em saúde do SUS’, não há como se falar em saúde com o ritmo acelerado de produção a que os bancários são submetidos.

Estatísticas

A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos que apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade, de acordo com dados do INSS, em todo o país.

Somente nos três primeiros meses de 2013, 4.387 pessoas se licenciaram pelos mesmos motivos (25,8% transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort). Em 2011, o número de bancários afastados foi de 20.714.

Motivos de afastamento dos bancários:

LER/DORT – 4589

Transtornos mentais – 5694

Neoplasias (tumores) – 1188

Doenças aparelho digestivo – 737

Fonte: INSS

 

 

Cassiana Ferreira (Ascom – SEEB/PB)