O Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte (Seeb/BH) vem recebendo inúmeras denúncias dos bancários do Mercantil do Brasil, sobre a recorrência de assédio moral contra os funcionários.
Diante das evidências das denúncias, o Sindicato de BH, representado pelos diretores Marco Aurélio Alves e Vanderci Antônio da Silva, reuniu-se, no dia 12 de maio, com o representante da Superintendência do Recursos Humanos do banco , Márcio Geraldo, quando foi cobrada uma ação enérgica e imediata para descobrir e punir os responsáveis pelo envio do e-mail intitulado "A fábrica de seguro precisa estar a todo vapor" aos funcionários.´
O vídeo anexado à mensagem explicita uma linha de produção com cabeças sendo decepadas por uma serra elétrica e descartadas juntamente com os corpos inertes e sem vida na pseudo fábrica. A imagem deixa entender claramente o dia-a-dia do bancário que trabalha sobre enorme pressão para cumprir as metas abusivas sob ameaças de demissão.
Os bancários que receberam o vídeo ficaram alarmados com a atitude desumana do banco e denunciaram o fato ao Sindicato afirmando não ser essa a primeira vez que o Mercantil utiliza de mensagens assustadoras para pressionar a produção. "Já recebemos mensagens em que no lugar da serra elétrica havia um facão insinuando a mesma idéia de corte de cabeças", relata um bancário do Mercantil do Brasil que não quis se identificar.
O Sindicato de Belo Horizonte se manterá atento para que os direitos dos bancários sejam respeitados e para que, não somente essa prática não se repita, mas também outras formas de assédio moral, como pressão para venda de produtos Minas Brasil, metas absurdas e extrapolação da jornada de trabalho.
Para o funcionário do banco e diretor do Sindicato de BH Marco Aurélio Alves, é inadmissível que o Mercantil utilize-se de um recurso tão degradante para "estimular" os bancários a produzir. "Esse mesmo banco que apregoa na mídia o "compromisso com você", mostra que não tem ética nem compromisso com seus colaboradores. O Mercantil se acha no direito de aterrorizar pais e mães de família por conta da ganância pelo lucro a qualquer preço, nem que para isso seja preciso "decepar cabeças". O reflexo desta postura é o aumento nos casos de doenças ocupacionais, como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, dentre outras", ressalta Marco Aurélio.
Já o funcionário do banco e diretor do Sindicato de BH Vanderci Antônio, ressalta que apesar de gastar milhões em campanhas publicitárias que reforçam o slogan de "banco moderno", o que se vê no Mercantil são condições cada dia mais desumanas e antiquadas para seus funcionários. "O assédio moral é uma prática ilegal, imoral e inaceitável, que afeta a saúde física e mental do trabalhador de maneira devastadora. O departamento Jurídico do Sindicato já está tomando as devidas medidas para ingressar com uma ação junto Ministério Público para denunciar mais essa arbitrariedade do Mercantil do Brasil", afirma.
Para Fernando Neiva, diretor Jurídico do Sindicato dos Bancários de BH, o vídeo é uma denúncia grave contra o terrorismo feito pelo banco que terá que arcar com as conseqüências desta irresponsabilidade. "O histórico do Mercantil é péssimo em relação à valorização e respeito aos seus funcionários. Agora temos mais este triste episódio que ajuda a comprovar a falta de limites do banco no que diz respeito ao assédio moral contra seus funcionários ", enfatiza.
Fonte: Seeb BH