SEEB PB SuperPB DiretorZeca DSC 4130

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Em audiência com o Diretor de Distribuição do Banco do Brasil, José Carlos Reis da Silva, na tarde desta quinta-feira (6), na sede da Superintendência Estadual, a diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba cobrou medidas urgentes para acabar com a degradação das condições de trabalho do funcionalismo do banco público na Paraíba. Na ocasião,foi entregue uma Carta, também assinada pelo Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região, elencando os principais problemas enfrentados pelos bancários em seus locais de trabalho e diagnosticados pelos dirigentes sindicais em suas visitas às agências.

Na audiência, que contou com a participação do superintendente estadual Evaldo Emiliano, o gerente de administração da Super-PB Marconi Campelo e da gerente da Gepes – João Pessoa Juliana Martino, foram tratadas questões como: metas abusivas, quadro funcional insuficiente, exagero na forma de cobrar o cumprimento de metas, abastecimento dos caixas eletrônicos, custeio com os deslocamentos para visitas operacionais do microcrédito produtivo, redução do número de vigilantes e a falta de segurança que vem aterrorizando o corpo funcional do maior banco público do país.

O Sindicato dos Bancários da Paraíba esteve representado pelos diretores Marcos Henriques (presidente), Marcelo Alves (secretário geral) Francisco de Assis “Chicão”, Jurandi Pereira e Lindonjhonson Almeida. Na abertura da reunião o presidente do SEEB – PB questionou o Diretor de Distribuição José Carlos Reis da Silva sobre as cobranças excessivas pelo cumprimento de metas, quando o próprio Banco do Brasil não atingiu sequer 20% das metas estabelecidas no penúltimo mês do mestre (maio de 2013), demonstrando de forma inequívoca que as metas são superdimensionadas e absurdas. O dado apresentado surpreendeu o diretor do Banco, que apenas comentou: “Vocês estão muito bem informados…”

Quadro Funcional

O diretor José Carlos foi receptivo às reivindicações do funcionalismo e afirmou que “o Banco do Brasil preza pela qualidade de vida e condições de trabalho dos seus funcionários”. Entretanto, no desenrolar das discussões alguns pontos, como a questão da falta de funcionários, o discurso do representante do Banco foi bem diferente. “Não temos previsão de aumento de dotação do quadro funcional do Banco”, afirmou taxativo.

Para o presidente Marcos Henriques esse foi o primeiro gargalo da audiência. “Se grande parte dos problemas no BB decorre da falta de funcionários, torna-se difícil melhorar a qualidade de vida e as condições de trabalho no Banco, por conta da demanda cada vez maior”, ressaltou.

O diretor do Sindicato e funcionário do BB, Francisco de Assis “Chicão” sugeriu que o Banco aumentasse o seu quadro funcional em 10%, justificando que esse aumento não impactaria na mesma intensidade os custos da folha de pagamento, uma vez que os novos funcionários custam bem menos. “Os custos aumentariam muito pouco, ante o que o Banco ganharia em escala com a otimização dos serviços e a qualidade do atendimento”, argumentou.

Terceirização e Cobrança por Metas

JoséCarlosReisDaSilva BB Distribuição redAo contestar os valores disponibilizados para o deslocamento dos funcionários que fazem as visitas para operacionalizar o microcrédito produtivo, item 8 da Carta, o diretor José Carlos Reis disse que “há interesse do Banco do Brasil em terceirizar todo o microcrédito produtivo”. Estarrecidos, os sindicalistas repudiaram esse retrocesso no Banco do Brasil. “Discordamos totalmente da terceirização, uma vez que a representação dos bancários vem lutando há bastante tempo para acabar com a terceirização desse serviço em alguns bancos, a exemplo do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

O diretor se mostrou surpreso com as denúncias sobre o exagero da Superintendência Estadual da Paraíba nas cobranças pelo cumprimento das metas, constantes dos itens 4 a 6 da Carta. De imetiado, o diretor José Carlos Reis solicitou ao superintendente estadual que mudasse a forma de cobrança aos seus subordinados. O Superintendente Evaldo Emiliano não só acatou as sugestões do diretor de Distribuição, como já tomou medidas efetivas para melhorar as condições de trabalho dos gestores, através do reposicionamento quanto às cobranças através de telefonemas, torpedos e audioconferências, inclusive diminuindo a quantidade de cobranças diárias.

Segurança

O diretor de Distribuição se comprometeu em rever a diminuição do número de vigilantes para dar mais segurança aos funcionários e informou que o Banco está estudando melhorias para dar mais segurança também ao abastecimento de  autoatendimentos e caixas eletrônicos.

Marcos Henriques avalia a audiência como positiva, como meio de interação entre a Direção do Banco do Brasil e os seus funcionários, através de suas Entidades representativas, mas também se disse preocupado com dois pontos cruciais: a falta de perspectiva de aumento do quadro funcional e a iminente terceirização do microcrédito produtivo. “Não aceitamos que os bancários continuem sofrendo os efeitos da falta de pessoal nas agências, muito menos que o Banco do Brasil corra na contramão da história quanto à terceirização de serviços. Estamos atentos quanto ao desenrolar das denúncias e os bancários devem procurar o Sindicato, pessoalmente, através de telefonemas ou mensagens eletrônicas, denunciando os problemas que persistirem. A luta continua!”, concluiu.  

Fonte: SEEB – PB

 

João Pessoa (PB), 6 de junho de 2013.

 

 

 

ILMO. SR. JOSÉ CARLOS REIS DA SILVA

MD DIRETOR DE DISTRIBUIÇÃO DO BANCO DO BRASIL

 

Sr. Diretor,

 

SITUAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL – Pedido de Providências A diretoria do Sindicato dos Bancários da Paraíba e do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região vêm mui respeitosamente reivindicar providências de V. Sa., que concorram para o fim da degradação das condições de trabalho dos funcionários do Banco do Brasil, conforme verificamos nas visitas rotineiras às Unidades do Banco que atuam nas nossas jurisdições, que ora lhes apresentamos.

 

2.         Sinergia – Não entendemos como a direção do Banco do Brasil, especialmente a Diretoria de Distribuição faz cobranças sistemáticas pelo cumprimento de metas cada vez maiores, quando o próprio Banco não conseguiu atingir nem 20% das metas estabelecidas no penúltimo mês do semestre (maio de 2013), para vários produtos.

            Isso é uma prova inequívoca de que as metas foram superdimensionadas, Portanto, a cobrança pelo atingimento de metas inatingíveis é um absurdo!

3.         Quadro de Pessoal – Número insuficiente de funcionários para atender os clientes e usuários dentro do padrão exigido pela Lei 9580/11. Pela lei, há uma tolerância de 20 minutos em dias normais e 30 minutos em véspera ou após feriado. Ultimamente, várias agências ultrapassaram esse tempo, chegando a mais de uma hora no atendimento negocial e caixas. O descumprimento dessa norma legal submete o Banco do Brasil à aplicação de severas multas, fazendo com que o Banco na Paraíba esteja constantemente recorrendo das mesmas.

4.         Telefonemas e Torpedos – Há uma insatisfação muito grande dos gestores sobre o exagerado número de mensagens antes do expediente (8h), no intervalo do almoço (que deve ser de no mínimo uma hora) e após às 18h. O exagero é tão grande que cada gestor do Banco do Brasil na Paraíba chega a receber mais de 30 ligações/torpedos por dia, fora as mensagens para o e-mail pessoal e o corporativo; inclusive em período de férias.

5.         As cobranças diárias da Superintendência Estadual da Paraíba – Até às 9h30, cada gestor deve enviar um correio eletrônico informando o que a sua unidade vai produzir/vender no dia. No decorrer do expediente, mensagens são expedidas pela Superintendência Estadual informando o que as dependências produziram e qual o percentual atingido de produtos vendidos/contratados (CDC, Seguros, Ourocap, etc).

            Essa atitude, em vez de estimular a concorrência sadia entre as unidades, expõe umas agências perante outras e submete os administradores à humilhação e ao constrangimento. Na prática, esse tipo de cobrança se chama Assédio Moral Coletivo.

 6.        Audioconferência – Outra prática recorrente é a utilização de audioconferências para a cobrança de metas; com a agravante de se utilizar esse mecanismo de comunicação até duas vezes ao dia, inclusive após às 17h, prejudicando os gestores das unidades do interior.

7.         Telemarketing – Para o cumprimento da quantidade de ligações que atendam às imensas listas do programa da plataforma, inclusive com o lançamento de um ranking de ligações diárias, os operadores do telemarketing necessitam de mobiliário ergonômico e equipamentos adequados, como fones de ouvido e telefones, para se evitar problemas futuros com o comprometimento da saúde ocupacional dos bancários que exercem esses serviços.

8.         Visitas aos Tomadores do Microcrédito – A contratação do microcrédito produtivo tem aumentado consideravelmente. O acompanhamento dessas operações demanda pelo menos duas visitas semestrais aos clientes/locais de produção, para cujo deslocamento cada agência dispõe de R$ 200,00 para o custeio com taxi. Então, como as metas são altas, as visitas são muitas e o valor disponibilizado é insuficiente, os funcionários têm custeado tais deslocamentos com recursos próprios. E isso é outro absurdo!

9.         Segurança – As investidas criminosas contra o Banco do Brasil na Paraíba até esta quarta-feira, 5 de junho, já é igual a todas as ocorrências verificadas durante o ano passado.

 

CRIMES CONTRA O BANCO DO BRASIL NA PARAÍBA

Modalidade Criminosa

2012

2013

Explosão

14

11

Assalto

6

4

Arrombamento

2

8

Tentativa de Assalto/Arrombamento/Explosão

2

4

Saidinha de Banco

3

0

Totais

27

27

 

           

 

 

 

 

            E, como não está nem aí para questão da segurança, a direção do Banco do Brasil orientou a redução do número de vigilantes nas agências, gerando um clima de medo e insegurança. Mais um fator a contribuir para o aumento do estresse dos gestores que, além de outras demandas, agora também que têm de administrar a questão da segurança durante o expediente.

            Pelas normas do Banco, o cofre só pode permanecer aberto até duas horas após o encerramento do expediente ao público, quando a instituição financeira orienta a dispensa do vigilante. Entretanto, em vários dias é impossível o cumprimento desse horário, devido à grande quantidade de clientes e envelopes a processar. E, de uma forma ou de outra, o funcionário é submetido à insegurança e, também, às penalidades pelo não cumprimento das normas pertinentes.

10.        Abastecimento de Caixas Eletrônicos – Em detrimento do limite de numerário que pode permanecer nos terminais de autoatendimento e a redução do número de vigilantes, recomendada pelo próprio Banco, está virando prática a média gerência da PSO fazer o recolhimento do excesso de numerário nos caixas eletrônicos exposta à insegurança. Esse recolhimento geralmente ocorre por volta das 19h ou 20h, por conta da sobrecarga de trabalho.

            Outro problema constante é quando o numerário é retirado durante a noite e os caixas eletrônicos amanhecem sem dinheiro. Então, como há demora no reabastecimento pelos carros-fortes, que também são bastante demandados, as constantes reclamações e as respectivas cobranças geram desconforto nas relações entre a administração da agência e a gerência média da PSO, responsável pelo abastecimento das máquinas.

            Ante o exposto, esperamos providências urgentes para que sejam restabelecidas as condições ideais e satisfatórias de trabalho para os funcionários da maior Instituição Financeira Pública do País.

 

 

Atenciosamente,

 

 

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DA PARAÍBA

 

Marcos Henriques e Silva

Diretor Presidente

 

 

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE CAMPINA GRANDE E REGIÃO

 

Rostand Silva Lucena

Diretor Presidente