Seguindo com o desmonte da Caixa, diretoria realoca funcionários

Depois de executar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para 3.500 funcionários, a diretoria da Caixa anunciou um plano de reestruturação que deve atingir pelo menos 800 empregados.

Reestruturação?

Em uma decisão totalmente unilateral, sem discussão com os sindicatos, a Caixa emitiu um comunicado interno em maio solicitando que fossem selecionados os empregados a serem realocados da matriz e filiais para as agências.

Inicialmente pode parecer uma boa medida para suprir o déficit de funcionários, porém o que acontecerá será justamente o contrário. Com os funcionários aposentados pelo PDV e sem a contratação de novos empregados (vale lembrar que os mais de 30 mil aprovados no Concurso de 2014 aguardam até hoje pela convocação), o problema ser agravará. Além disso, essa medida desmonta a inteligência da Caixa, já que os funcionários da matriz e das filiais são quem detém a expertise da instituição, e causa medo e insegurança entre eles.

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Em 2014, a Caixa contava com 101 mil funcionários. No fim de 2018, eram 85 mil empregados, e o número vai diminuir com ao fim do programa de demissão voluntária. Esses quadros não foram repostos, causando piora no atendimento ao público, na condução das políticas públicas geridas pela Caixa e na qualidade de trabalho dos empregados, que vêm apresentando problemas de saúde ligados ao estresse.

Não, é desmonte!

Para Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, medidas como essas são comuns na lógica neoliberal, seguida pela atual direção da Caixa, de desmonte das instituições públicas.

“Desmontam a Caixa para privatizar o capital”, diz Dionísio Reis, da CEE/Caixa

“Eles desmontam a Caixa para que a concorrência esteja mais forte, para passar o capital aos bancos privados. Não é reestruturação nem realocação, é desestruturação. O que está acontecendo na Caixa hoje é comum: dividir os trabalhadores pra não dar espaço à mobilização, organização e resistência dos trabalhadores, para poder implementar o desmonte”, diz.

Sem explicações

Reis interrompeu suas férias para ir a Brasília questionar pessoalmente o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sobre essas e outras questões referentes aos funcionários, em audiência pública na Câmara dos Deputados. No entanto, apesar do acordo que foi firmado com a deputada Erika Kokay, autora do requerimento para realização do evento, Guimarães não compareceu.

A Justiça, por sua vez, concedeu liminar aumentando o prazo para a realocação dos funcionários, a pedido do movimento sindical. As centrais sindicais e os sindicados, bem como a FENAE, seguem procurando formas de garantir que os direitos dos empregados sejam respeitados.

“Nós temos uma história de luta que garantiu que a Caixa resistisse e chegasse aos governos democráticos e populares podendo contribuir para o crescimento do país da maneira que fez. No entanto, sem a resistência, não teríamos a Caixa 100% pública depois dos anos 90”, afirma. É assim que Dionísio garante que a resistência contra o desmonte permanecerá.

Fonte: Reconta Aí

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