Pela segunda vez em menos de uma semana, uma agência do Unibanco no Jabaquara, em São Paulo, foi assaltada por criminosos armados na quinta-feira, dia 23. Por volta das 15h45, seis bandidos invadiram a unidade localizada na Avenida Engenheiro Armando Arruda Pereira, 331, que tem apenas dois vigilantes e nenhuma porta de segurança. O Sindicato dos Bancários de São Paulo garantiu o fechamento da agência nesta sexta-feira, dia 24.

A falta de segurança nos bancos está entre os principais da Campanha Nacional dos bancários, que está começando.

A diretora do Sindicato Marta Soares conta que a mesma agência havia sido assaltada menos de uma semana atrás, no dia 17. "Os funcionários estão traumatizados, uma bancária chegou a ser agredida com tapas no rosto e coronhadas. O Sindicato fechou a agência e exigimos a abertura da CAT e que o banco garanta toda a assistência médica e psicológica para os bancários", diz.

O descaso dos bancos com a segurança é tanto que os assaltos estão começando a virar rotina na vida dos bancários. No Unibanco, por exemplo, nenhuma agência tem porta de segurança e o número de vigias é sempre abaixo do necessário. A funcionária agredida no roubo já havia passado por outro episódio em que chegou a ser seqüestrada. Outro empregado contou que este foi o sétimo assalto em sua carreira.

Insegurança como padrão

O diretor do Sindicato Carlos Damarindo, o Carlão, conta que o Itaú Unibanco está definindo o formato da agência padrão após a fusão, sem priorizar a segurança. "Nessa unidade assaltada no Jabaquara não havia nenhum dos itens mínimos de segurança. Se esse for o padrão da empresa, coitado dos bancários, pois fica provado que os bancos não têm o menor interesse em defender a vida, diferente do que alegam no relatório de sustentabilidade", destaca.

Carlão conta que duas semanas atrás uma agência do Unibanco em Osasco também foi assaltada e não tinha os itens básicos de segurança. "E o pior é que com a mudança no modelo da agência, os bancários estavam trabalhando após as 19h. Eles estavam saindo do banco e foram obrigados pelos bandidos a voltar e entregar o dinheiro. No dia seguinte, um funcionário que foi investigar o ocorrido estava mais preocupado com o dinheiro do que com a integridade dos colegas".

Para o dirigente sindical, "é um absurdo, mas os bancos só pensam no valor roubado. O Sindicato exige que antes de fazer o chamado tombamento das agências, o banco instale os equipamentos de segurança, como portas e câmeras, como o Itaú faz minimamente".

Fonte: Fábio Jammal Makhoul – Seeb São Paulo