Enquanto os bancários e a população vivem essa realidade de insegurança, os bancos diminuem seus gastos e eliminam itens de segurança em suas filiais. O Banco do Brasil, por exemplo, está tentando retirar as portas giratórias de suas unidades em um novo projeto de layout. O Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT) lembra que foram estas portas de segurança que asseguraram a vida de inúmeras pessoas.
No mês de maio, em Várzea Grande, dois ladrões tentaram entrar numa agência do Itaú e ficaram presos na porta. Entre os assaltantes e um cliente havia apenas o vidro da porta de segurança. Houve disparos e um vigilante foi alvejado. Caso não houvesse a porta giratória, o roubo poderia ter atingido maiores proporções.
"Enquanto estamos lutando para tornar obrigatória a adoção de mais itens de segurança, os bancos iniciam essa campanha para retirar as portas giratórias. É um absurdo. O papel fundamental destes equipamentos na prevenção aos assaltos é indiscutível", comenta o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva.
Entre as principais reivindicações da categoria bancária relativas a segurança estão medidas de prevenção contra ataques a bancos e adicional de risco de vida. Também é cobrada a assistência às vítimas de sequestros e a todos os que estiveram no local de assaltos, bem como atendimento médico e psicológico, fechamento da unidade no dia da ocorrência, emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e acompanhamento de advogado do banco para identificação de suspeitos na polícia.
Outra demanda é estabilidade provisória para vítimas de assaltos, seqüestros e extorsões no prazo de 36 meses depois da ocorrência. Em caso de processo judicial com decisão favorável ao bancário, esse prazo começaria a contar após o trânsito em julgado.
Medidas de prevenção também estão na negociação, tal como a necessidade de proibição do transporte de dinheiro e chaves de cofres por parte dos bancários, assim como equipamentos para evitar assaltos, como a porta de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras de filmagem com monitoramento em tempo real, vidros blindados nas fachadas, divisórias individualizadas na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos, instalação de vidros nos guichês de caixas e colocação de biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas.
Durante a madrugada desta quarta-feira (6), ladrões tentaram arrombar os caixas-eletrônicos do Banco do Brasil de Rosário Oeste (127 quilômetros de Cuiabá) e Nova Xavantina (645 quilômetros da capital). No primeiro caso, durante a a tentativa de arrombar os caixas eletrônicos da unidade, os ladrões incendiaram todo o autoatendimento da agência. Em contato com a superintendência do BB o presidente do Seeb-MT, Arilson da Silva, solicitou que todas as providências necessárias sejam adotadas.
Em Nova Xavantina, foi jogada uma bomba de coquetel molotov no caixa eletrônico, a fim de destruí-lo. Informações preliminares apontam que o "incendiador" havia depositado um envelope vazio como se estivesse depositando R$ 100 mil. Após retirar o comprovante de depósito ele jogou a bomba no caixa. Entretanto, durante o "golpe" ele também se queimou e teve que ser encaminhado para atendimento médico.
Greve segue forte em Mato Grosso
A greve dos bancários entrou no seu 8º dia. Até o final da tarde de terça-feira, 7.437 agências de todo o país ficaram fechadas. Em Mato Grosso a paralisação atingiu mais de 90% das unidades da Grande Cuiabá (93 estiveram fechadas e as outras cinco parcialmente).
O movimento continua forte e está crescendo diariamente. Ontem, o Sindicato obteve mais uma vitória. Pela segunda vez nesta semana, a Justiça do Trabalho negou interdito proibitório ao Itaú Unibanco.
No interior do Estado, 38 unidades ficaram fechadas.
Fonte: Seeb MT