O evento teve como objetivo socializar informações sobre atuação e negociações das COES em relação ao tema; integrar ações de conscientização e mobilização da categoria; elaborar estratégia conjunta para enfrentar a situação; definir prioridades e atualizar pauta para condução das negociações na mesa permanente.
O evento começou com a apresentação da situação atual das condições de trabalho da categoria. A gravidade da situação revela-se nos dados publicados pela previdência social, MPT, SRT’s, CEREST’S, e demais órgãos e instituições que atuam nas políticas públicas de vigilância e saúde.
Dois tipos de enfermidade são mais recorrentes entre os trabalhadores do setor e afetam parcela significante da categoria, comprometendo a capacidade laborativa dos trabalhadores: Osteomusculoesqueléticas e sofrimento psíquico ou adoecimento mental.
Na sequência, Vivian Rodrigues, técnica da subseção do Dieese na Contraf-CUT, apresentou uma síntese de várias pesquisas sobre as condições de trabalho e saúde.
Em seguida, Jacéia Netz, assessora de Saúde do SindBancários de Porto Alegre, e Carlos Miguel Damarindo, secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de SP fizeram uma panorâmica das dificuldades dos bancários quando adoecem diante das dificuldades de encaminhamentos junto aos bancos e ao INSS, para o tratamento bem como para retorno ao trabalho.
Já Maria Maeno contextualizou o mundo do trabalho bancário com o avanço da tecnologia, a flexibilização dos processos que afetam o perfil, a subjetividade e o modo de trabalhar.
“As apresentações geraram excelentes debates que culminaram na definição de estratégias para a realização de uma efetiva prevenção, na qual as metas e o assédio moral tornaram-se o principal fator de adoecimento. O principal de todas as propostas é que seja garantido atenção aos trabalhadores que adoeçam no trabalho e uma efetiva ação de prevenção”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.
Ficou definido cinco eixos de atuação do movimento sindical bancários.
- Prevenção– buscar que os bancos cumpram as normas legais de saúde, pactuando os mecanismos efetivos para isso.
- Negociar um fluxo de atenção aos adoecidos e acidentados no trabalho que garanta uma efetiva recuperação, sem prejuízos funcionais, inibindo práticas discriminatórias
- Garantir um retorno ao Trabalho que não penalize o trabalhador, permitindo a volta a suas funções sem perdas e de acordo com suas capacidades;
- Elaborar propostas efetivas para coibir as práticas de assédio moral e organizacional, pressão por resultados e metas abusivas;
“Foi uma atividade muito representativa, com ampla participação, que permitiu acumular informações e traçar estratégias de enfrentamento ao adoecimento nos bancos. Os participantes reafirmaram que o tema saúde e condições no trabalho deve ser prioritário para o movimento bancário. No dia 27 de março teremos mesa de negociação com Fenaban sobre o tema e o seminário serviu para nos deixar bastante preparados para o debate e para avançar em conquistas que garantam uma efetiva prevenção e atenção aos adoecidos no exercício da profissão”, finalizou o secretário de Saúde da Contraf-CUT.