A montagem de um fórum que reúna trabalhadores, empresários e governo federal em torno de uma mesa permanente de negociação é o objetivo do seminário Brasil do diálogo, da produção e do emprego, que o Sindicato promove nesta quinta-feira em conjunto com a CUT, Fiesp e Força Sindical.

Esta mesa tripartite deverá debater temas como desenvolvimento de tecnologia, inovação, competitividade e modernização do parque industrial, combinados com emprego de qualidade e relações de trabalho mais avançadas.

O risco de desindustrialização do País e suas consequências sobre o emprego devido à forte concorrência dos produtos importados motivou a realização do evento.

"Nós acreditamos que o Brasil continue a crescer, mas o crescimento não pode ser apoiado na importação de produtos prontos", afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC durante coletiva sobre o evento nesta segunda (26).

Seminário é inspirado na Câmara Setorial

Nobre comparou a iniciativa com a Câmara Setorial do Setor Automotivo, de 1992, formada no ano em que as importações também ameaçavam desindustrializar o País.

A Câmara reuniu trabalhadores, governo e empresários para um acordo que conseguiu dobrar a produção de veículos, aumentar salários e avançar na inovação. Foi nela, por exemplo, que surgiram os carros populares.

Segundo Sérgio Nobre, a situação atual é semelhante com há de 20 anos. "Só a importação de veículos no ano passado impediu a abertura de 102 mil empregos aqui. A situação se repete em outros setores, como o eletrônico e de máquinas", afirmou.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, concordou com o diagnóstico. "Em 1985 a indústria empregava 25% de todos os trabalhadores brasileiros. Hoje emprega 7%", comparou.

Outro dado apresentado por ele mostrou que neste ano a indústria importará R$ 100 bilhões a mais do que venderá para o exterior.

O seminário Brasil do diálogo, da produção e do emprego será realizado nesta quinta-feira, dia 26, no Moinho Santo Antonio – Rua Borges de Figueiredo, 510, Moóca, São Paulo – das 8h30 às 18h30.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC