A defesa dos direitos dos trabalhadores terceirizados sempre foi uma das bandeiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo. E essa luta teve mais um capítulo na quarta-feira 30, durante ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho (MPT) na principal concentração do Bradesco, a Cidade de Deus, em Osasco.

A visita foi no departamento de cartões, que fica no prédio cinza, e foi delegada pelo procurador Luiz Carlos Fabre. Segundo o diretor do Sindicato Alexandre Bertazzo, foi constatado que funcionários terceirizados executam trabalho bancário e respondem ao mesmo supervisor que trabalhadores da categoria.

"Apesar de ter acesso à informação sobre dados de clientes, esses empregados são discriminados, pois não usufruem das conquistas da categoria. O vale-refeição deles está defasado, o convênio médico não é o mesmo da categoria, mas a pressão para que o trabalho seja feito é a mesma", cita o dirigente sindical ao ressaltar que todos esses problemas foram registrados durante a visita pelo MPT.

A fiscalização do MPT foi feita para entender a dinâmica do trabalho dos terceirizados. "O objetivo é mostrar que as instituições financeiras contratam essas empresas para diminuir custos, impondo atividades de bancários para trabalhadores em condições inferiores em relação aos direitos e conquistas da categoria. Toda a rotina foi registrada nessa visita, cada tela usada do sistema do banco", conta o dirigente.

Proteção aos terceirizados

Representantes do Sindicato acompanharão os desdobramentos do processo de fiscalização do MPT no Bradesco. "A luta continua a mesma: que esses terceirizados sejam enquadrados na categoria bancária. Eles possuem experiência na área, não podem ser desprezados ganhando salários menores que o piso da categoria. Não podem ser impedidos de aproveitar as conquistas, ter sua fatia na PLR do banco dentro das regras conquistadas nas campanhas dos bancários, e terão toda a proteção do Sindicato para resguardar seus direitos", ressalta a dirigente do Sindicato, Sandra Regina.

Represálias

A dirigente sindical alerta que os funcionários do departamento de cartões que sofrerem qualquer tipo de represália por conta da visita do Ministério Público do Trabalho devem procurar a Regional Osasco pessoalmente ou por telefone. "O Bradesco deve respeitar a ação do MPT, e vamos acompanhar qual será o comportamento da gestão da instituição financeira daqui em diante", alerta Sandra.

A Regional Osasco fica na Rua Presidente Castelo Branco, 150, Centro. O telefone é 3682-3060 e o horário de funcionamento das 8h às 18h.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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