Professor Artigas chama a atenção de sindicalistas para a avalanche de desemprego e a retirada de direitos pelo governo ilegítimo – Dirigentes sindicais da CUT-PB participaram na última sexta-feira (16), da reunião ampliada executiva da entidade com o objetivo de avaliar as ações da Central e fazer um balanço das lutas realizadas em 2016 e as perspectivas para 2017. O evento foi realizado no Centro de Formação do Sintricom, em Santa Rita.
No início da reunião, uma aula política ministrada pelo professor e cientista político José Artigas (UFPB) levou os CUTistas a uma análise profunda da crise política e econômica que o país enfrenta com o golpe que está retirando da população brasileira direitos básicos como saúde e educação.
Para o professor, o cenário vivido hoje pelos brasileiros sofrerá ataques ainda maiores com os efeitos das reformas. “Não há perspectiva de alteração no quadro de crise, e se tiver é para pior. A PEC 55, lançará graves efeitos para a população e causará uma avalanche de desemprego que serão sentidos ao longo dos próximos anos”, considerou.
Ao criticar a ineficiência do governo golpista, Artigas salientou que a PEC 55 é mais uma forma de acumular riquezas para a elite do país. “O sistema tributário e previdenciário com a PEC 55 serão formas de expropriação e alienação do trabalhador que ampliarão a acumulação de capital por parte das elites, usurpando a classe mais pobre desse país.”
De acordo com ele, existem outras formas de acabar com a crise. “Temos alternativas para a crise no Brasil como, por exemplo, a reforma tributária e a revisão da dívida pública. A Reforma tributária redistributiva, a auditoria pública da dívida e a cobrança aos devedores da dívida ativa da união como o Bradesco que deve mais de 1 bilhão de reais e outras empresas que somam mais de 13 mil devedores ao estado brasileiro; juntos, concentram mais de um trilhão em dividas. O problema do Brasil não é a previdência. Portanto, o que resolveria o problema da crise seria a reforma tributária”, explicou.
Dentre as considerações do palestrante sobre a postura dos trabalhadores ante a crise decorrente do golpe, Artigas destacou a resistência dos bancários em campanha salarial; única categoria que conseguiu se contrapor às investidas do governo golpista, aliado aos interesses dos banqueiros.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, elogiou a citação do professor Artigas sobre o exemplo da categoria bancária na resistência ao golpe. “Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelos bancários, ante a ganância e intransigência dos banqueiros, que se negavam a repor as perdas com a inflação, os trabalhadores bancários fortaleceram o embate, que culminou com uma greve de 31 dias e o fechamento de um acordo de dois anos, com reposição salarial e ganho real em 2017.”
Ao término da exposição, o presidente da CUT-PB, agradeceu a participação efetiva dos diretores e ressaltou a importância da reunião. “Ao longo de todo o ano, principalmente se considerarmos os graves momentos que enfrentamos, essa aula política nos coloca em estado de alerta para reforçarmos nossas estratégias e darmos seguimento à nossa agenda de luta e resistência ao golpe”, concluiu.