O centro financeiro do Rio de Janeiro foi palco de uma manifestação bem humorada nesta terça-feira, 19. Curiosos, vários trabalhadores pararam para ver de perto os sindicalistas de diferentes nacionalidades com chapéus verdes, estilo Robin Hood – o mítico herói mítico inglês que tirava dos ricos para dar aos pobres – falando em português, inglês e espanhol.

Quem parou ou passou pela Avenida Almirante Barroso, no centro da cidade, acabou recebendo uma aula sobre justiça tributária. É justamente isso que os sindicalistas da CUT e de vários sindicatos e confederações nacionais e internacionais estavam fazendo lá: defendendo a criação do ITF – Imposto sobre Transações Financeiras, cujos recursos devem ser utilizados no financiamento do bem comum, da qualidade de vida das pessoas em todo o mundo e também da proteção do meio ambiente.

Nos discursos, dirigentes do Sindicato dos Bancários do Rio, que organizou o ato pela criação do ITF, que eles apelidaram de Imposto Robin Hood, da CSI, CSA, Contraf, CUT Chile, CUT Brasil, CTA Argentina, ISP – Internacional de Serviços Públicos, entre outros, defenderam a criação de um imposto que financie as políticas públicas de combate a desigualdade no Brasil e no mundo.

"Lutamos por um sistema financeiro mais justo e democrático, para que se faça valer de fato os direitos dos cidadãos" disse Adriana Nalesso, vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, argumentando a favor da criação do imposto.

Para Victor Baez, da CSI, a taxa é uma peça fundamental porque cria recursos para melhorar a vida das pessoas. "Nós, que sabemos que as instituições financeiras são responsáveis pela crise econômica, temos de pressionar para que os bancos paguem a dívida que têm para com a sociedade. A ITF terá impacto positivo sobre o desenvolvimento econômico", disse ele.

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse que o ato tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para um tema que influencia e tem a ver com a vida de todas as pessoas. "Todos nós estamos acompanhando a crise financeira que começou com a quebra de um grande banco. Passados quatro anos, vemos técnicos do FMI e do Banco Mundial dizer que os culpados pela crise não é o sistema financeiro e, sim, os investimentos em saúde, habitação, aquilo que a gente luta para garantir no novo modelo de desenvolvimento que defendemos", disse o dirigente.

Segundo ele, a culpa pela crise financeira é da ganância, dos altos lucros do sistema financeiro que só quer especular, não produz nada, não gera emprego, não gera renda. "Por isso, quando falamos do novo modelo de desenvolvimento, é preciso lembrar que é necessário cobrar de quem tem mais para garantir recursos para construção deste novo modelo, com justiça social e ambiental, garantir os direitos dos trabalhadores, saúde e habitação. E isso só será possível com a criação de um imposto que tire mais dos mais ricos".

Artur lembrou que é preciso continuar pressionando porque no Rio Centro os chefes de Estado dizem que não têm dinheiro para garantir o desenvolvimento sustentável, o direito dos trabalhadores e das trabalhadoras.

"Precisamos continuar a luta pela aprovação da taxa sobre transações financeiras para garantir o fim da miséria, erradicar a pobreza de uma vez por todas. Não é sustentável um mundo onde milhões de pessoas passam fome enquanto os banqueiros enriquecem cada vez mais", concluiu Artur.

Fonte:  CUT NacionalMarize Muniz

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