Getting your Trinity Audio player ready...
|

Os altos juros cobrados pelas instituições financeiras no Brasil também foram discutidos. O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, definiu como "abusivos e inexplicáveis" o que é praticado no país. Ele deu como exemplo o HSBC – que cobra algo em torno de 60% de juros e tarifas ao ano – enquanto que em países da Europa essa taxa fica entre 6% e 7% pelo mesmo período.
Carlos Cordeiro também criticou o alto índice de reclamações relacionadas aos bancos junto ao Procon e criticou o sistema financeiro. Segundo ele, a atuação dos bancos não atende às demandas da sociedade, "além de ter uma postura predatória na economia, pois o investimento na produção não é o suficiente, além de cobrarem taxas altas que duplicam seu capital periodicamente".
A coordenadora executiva do Idec, Lisa Grunn, falou sobre o problema da desinformação dos consumidores brasileiros. Segundo ela, não conhecer os direitos antes de iniciar um contrato com qualquer instituição, por exemplo, principalmente com bancos, é muito grave. "Quando isso acontece é gerado um desequilíbrio, dando a impressão de que os bancos são os únicos que têm direitos e, os consumidores, deveres", disse.
Lisa abordou também a importância de o consumidor agir como fiscalizador dos serviços que utiliza, fazendo referência às empresas com responsabilidade socioambiental e aos produtos oferecidos por elas que têm esse selo. "Nós desempenhamos diversos papeis ao mesmo tempo; todos somos consumidores em algum momento, então é responsabilidade de todos conhecer seus direitos e lutar para que sejam cumpridos", reforçou.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) parabenizou a iniciativa do Sindicato de atuar também na defesa de clientes e usuários do sistema bancário. Segundo a deputada, as tarifas cobradas, as filas intermináveis, as cobranças indevidas e muitas outras coisas que os clientes são obrigados a enfrentar refletem o "descaso dos banqueiros com aqueles que utilizam os serviços". Para ela, "os bancários e usuários merecem respeito como consumidores e como pessoas".
Também participaram da cerimônia de lançamento, realizada no Teatro dos Bancários, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio da Luz Belsito; o diretor-geral do Procon-DF, Osvaldo Francisco de Morais; o secretário jurídico da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Juliano Rodrigues Braga; e a coordenadora geral do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Patrícia Barros.
O guia tem tiragem de 5 mil exemplares e está disponível em formato pdf clicando aqui.
Veja abaixo alguns dos temas abordados
* A escolha do banco – Localização, qualidade de serviços e atendimentos, valores de tarifas e segurança devem ser observados.
* A abertura da conta – O contrato deve ser lido com atenção e não se deve deixar espaços em branco.
* Movimentando a conta – Documentos básicos como extratos ou canhotos que comprovem alguma transação devem ser guardados.
* Pagamentos – Os bancos são obrigados a receber pagamentos de contas conveniadas durante o expediente bancário.
Fonte: Pricilla Beine – Seeb Brasília