No ano passado, o Sindicato emitiu 185 Comunicações de Acidente de Trabalho (CAT) e os bancos outras 58. Todas elas se reverteram em benefício para os trabalhadores no INSS. A maior parte é resultado das LER/DORT, doença que afeta os bancários mais que a média nacional. "Assim, podemos afirmar que a forma da organização do trabalho nos bancos, somado ao ritmo frenético para vender produtos e bater metas e ao uso intenso de computadores muitas vezes em condições precárias, são os maiores responsáveis pelas doenças osteomoleculares nos bancários", diz Rufino.
Outro problema que tem liderado as aberturas de CAT é violência que bancários e bancárias sofrem em assaltos ou sequestros. "A falta de segurança tem gerado transtornos psíquicos e nossa categoria já é uma das que mais sofrem com problemas mantais", afirma Rufino.
Tão grave quanto as doenças que afetam os bancários é a postura dos bancos, sobretudo os privados, quando se trata das emissões de CAT. Segundo o levantamento, apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal fazem sistematicamente o atendimento multidisciplinar aos seus trabalhadores e emissão de CAT quando correm assaltos. Todas as CAT decorrentes de assaltos no setor privado, foram emitidas pelo sindicato.
"Os bancos privados não têm emitido CAT para os bancários vítimas da insegurança. Temos casos de funcionários que são obrigados a se aposentar por invalidez, devido às consequências e sequelas permanentes dos transtornos psíquicos. Temos de pressionar mais os bancos privados para que eles cumpram suas obrigações e sejam responsáveis com os seus trabalhadores", finaliza Rufino.
Palestra – Durante o lançamento do Anuário, o Sindicato realizou duas palestras sobre saúde. A advogada do trabalho Adriana Campos Machado falou sobre o direito do trabalhador acidentado. Já a enfermeira do trabalho Rosineide José da Silva debateu com os participantes os aspectos clínicos da LER/DORT e o trabalhador bancário.
Fonte: Seeb PE