Piora nas condições de trabalho e no atendimento a clientes de menor renda, além da perda de função são algumas das preocupações – (São Paulo) As mudanças na modalidade de atendimento com a implantação do BB 2.0 vão trazer mais problemas para trabalhadores e clientes. Essa é a análise feita pelo Sindicato, que vai acompanhar todo o processo para proteger os direitos dos bancários. As medidas, que já estão em vigor nas agências e estabelecem novos segmentos no atendimento dos clientes de acordo com o perfil.

De acordo com o discurso do banco, o novo modelo de atendimento foi criado a partir da constatação de que havia uma grande quantidade de carteira sem gerentes e excesso de clientes em outras, o que geraria sobrecarga de trabalho agravando ainda mais o índice de insatisfação dos funcionários. Ainda segundo as diretrizes do novo programa, a tendência é aumentar o quadro de funcionários nas agências.

O funcionário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato Ernesto Izumi afirma que as mudanças tratam de uma reestruturação produtiva do banco. E é aí que residem os problemas, pois essas reestruturações normalmente vêm acompanhadas de muita dor de cabeça para o funcionário e de muito lucro para banco, pois não tem preocupação com as condições de trabalho dos empregados e com o atendimento aos clientes, principalmente os de menor renda.

“Já temos informação de uma agência que perdeu o gerente e o assistente com a alegação de falta de carteira. Mesmo o banco afirmando que não haverá prejuízo para os empregados, pois todos funcionários serão realocados, não dá para confiar. Orientamos os bancários a ficarem atentos a qualquer movimentação que irá resultar em perda de função ou de descomissionamento e comunicar imediatamente o Sindicato”, afirma o dirigente sindical.

Correspondentes – Ernesto lembra ainda os problemas no atendimento aos clientes de menor renda. O Banco do Brasil vem implantando a política de direcionar esse público para os correspondentes bancários há um bom tempo. “Nosso entendimento é de que essa prática irá se intensificar com esse novo modelo chamado de BB 2.0, o que continuará configurando uma ilegalidade e prejuízo para os bancários, pois se diminuir o número de atendimento de usuário diminuirá também os postos de trabalho nas agências”, alerta.

Ernesto faz ainda um alerta para a necessidade de os trabalhadores se mostrarem solidários e resistir ao ambiente totalmente competitivo e individualizado. “As mudanças também têm um claro viés de criar um clima individualizado entre os empregados, o que não é bom. Portanto, convocamos os bancários a resistirem e lutar junto com o Sindicato contra mais essa estratégia do Banco do Brasil. Vamos acompanhar todo processo de implantação. E os trabalhadores que estiverem sendo prejudicados com as mudanças devem procurar a entidade”, reforça Ernesto.

 
Fnte: SEEB – SP / Carlos Fernandes

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