O Bradesco não valoriza seus funcionários. A tão esperada promoção na carreira, tudo indica, é privilégio de poucos. Na verdade, o sonho vira pesadelo. É o caso de uma bancária de uma agência em Campinas. Após 15 anos de trabalho, ela recebeu como "prêmio", recentemente, sua demissão sumária.

Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Campinas, Lourival Rodrigues, a dispensa da bancária é emblemática. "Não existem critérios transparentes para a promoção, o que permite avaliações subjetivas e, consequentemente, gera distorções que resultam até em demissões".

Segundo ele, o Bradesco "utiliza o sistema de carreira fechada, que em ‘tese’ deveria proporcionar maior visibilidade na ascensão da carreira, inclusive defendida pelo Código de Conduta Ética da Organização Bradesco em relação à valorização das pessoas (vide 2.2.4-II). Na prática, no entanto, não é o que acontece".

A Campanha de Valorização dos Funcionários, lançada em 2007 e retomada neste ano, "defende um modelo transparente de Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) com promoções por mérito e tempo de casa, onde a avaliação não fique exclusivamente a cargo de critérios subjetivos e, sim, valorize o empenho dos funcionários", frisa o diretor do Sindicato, Gustavo Frias.

Para Elaine Cutis, diretora da Contraf-CUT e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco, a falta de valorização e de um ambiente em que todos sejam beneficiados desestimula o bancário para um maior engajamento.

"Vai que, se houvesse critérios mais transparentes, a empresa deixaria de perder tantos bancários para o mercado? O bancário sentiria mais segurança na empresa e certamente não migraria para outras empresas", defende Elaine.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb Campinas