Na noite desta quarta-feira (31/07), o Sindicato dos Bancários da Paraíba realizou o Encontro de Bancárias e Bancários do Cariri Paraibano na Câmara Municipal de Monteiro-PB para passar os informes das rodadas de negociação da Campanha Nacional. Pela manhã os dirigentes sindicais visitaram as agências para ouvir as demandas da categoria naquela microrregião e convidar a base para o encontro.

Durante duas horas, o presidente Lindonjhonson Almeida, o diretor Carlos Hugo, as diretoras Magali Pontes, Paula Brito, Renata Ribeiro e o advogado Marcelo Assunção falaram sobre as rodadas de negociação com a Fenaban e as negociações específicas com os bancos.

Os trabalhos foram coordenados pelo secretário para assuntos do interior, Carlos Hugo, que deu as boas-vindas aos presentes, compôs a mesa e discorreu sobre como a pauta de reivindicações da categoria foi formatada. Em seguida, Lindonjhonson fez um breve relato sobre o processo negocial com a Fenaban e as mesas específicas com as comissões de empresa e seus respectivos bancos e chamou a atenção para a importância da mobilização.

“A negociação é muito difícil e até agora não saiu nenhuma contraproposta dos banqueiros, que se negaram a assinar o pré-acordo para garantir todas as cláusulas da CCT até o fechamento de um novo acordo. Então, a participação da base é fundamental para respaldar o Comando Nacional perante a representação dos bancos, através das atividades do Sindicato, nos seus locais de trabalho, na sede da entidade ou acompanhando e participando das mobilizações através das redes sociais, principalmente dos ‘tuitaços’ no ‘X’ (antigo Twitter). O Sindicato não é apenas uma sede e uma diretoria que acolhe as demandas da base e encaminha as lutas; o Sindicato é acima de tudo um corpo em movimento composto por bancárias e bancários, que têm o poder de decisão. Nos ambientes de trabalho, sempre aparece alguém perguntando ‘o Sindicato está fazendo o quê? Isso se referindo à diretoria, que tem feito todo o possível para cumprir sua missão de preservar o patrimônio e conduzir as lutas da categoria.  Geralmente, quem faz esse tipo de questionamento não participa das atividades da entidade e, muitas vezes, sequer é sindicalizado. Hoje o Sindicato está aqui, na Câmara Municipal, mas onde estão os questionadores? Estamos s aqui, pois “ASUALUTANOSCONECTA!”, arrematou Lindonjhonson.

A secretária de formação do Sindicato e de administração e finanças da CUT-PB, Magali Pontes, antes de entrar nos informes das negociações específicas com o Banco do Brasil, fez um resgate histórico sobre as reestruturações no BB e em seguida passou os informes da campanha específica.

“Nós passamos um período muito difícil e parte das agruras que vivenciamos hoje, como o Performa e a extinção da gratificação de caixa no Banco do Brasil tem a ver e teve a ver com um momento que estava posto que era um projeto de privatização e não era só para o BB. Nós passamos pela sanha privatista que continua acenando, inclusive com notícias de Tarcísio anunciando que vai privatizar o Banco do Brasil e a Petrobrás e isso vai impactar negativamente na vida de muitas pessoas nas cidades que só contam com bancos públicos. Nós temos de resgatar esses fatos porque é muito comum ouvirmos no meio bancário que ‘sindicato não é pra discutir política, mas focar apenas nas questões da categoria’, quando determinadas mudanças só acontecem através de decisões políticas. Um exemplo é a nossa luta contra os juros altos, que impactam negativamente na vida dos brasileiros. Se os juros baixarem e o povo estiver vivendo melhor, se tiver, dinheiro circulando, a gente tem geração de emprego, perspectiva de contratação, país desenvolvido e a economia gira e isso tem impacto positivo no nosso trabalho cotidiano. Nós, os trabalhadores, somos maioria na população, mas não somos maioria no congresso; se fôssemos, a reforma trabalhista não teria passado e todas as cláusulas da CCT estariam garantidas pela ultratividade, nos permitindo uma negociação menos tensa”, argumentou Magali.

Paula Brito, que é representante da Contraf-CUT na Comissão de Diversidade da Caixa no Nordeste, informou que as negociações com a instituição financeira não avançaram porque a representação da empresa apenas recebeu as reivindicações da categoria nas quatro rodadas de negociação até aqui.

“Segundo informações recebidas da companheira Chay Cândida, do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e membro da CEE/Caixa representando a Fetrafi-NE, a partir da próxima negociação a comissão vai esperar o retorno da Caixa. A convite do coordenador da CEE/Caixa, participamos da penúltima rodada de negociação, que tinha diversidade como um dos temas, porque havíamos preparado um documento prévio cobrando vários itens, inclusive o programa de inclusão e diversidade, uma demanda antiga dos empregados encaminhada pelos sindicatos, lançado pela então presidenta Rita Serrano e está parado há um ano. Então, pedimos a inclusão do documento no acordo específico para que, independentemente de mudança de gestão na empresa, o programa permaneça. A CEE acatou nosso pedido e se comprometeu a incluir na pauta de negociação. Também formos informados que a Caixa vai se comprometer a colocar 30% de mulheres nos cargos da alta administração.   Recentemente encontrei o presidente da Caixa, Carlos Vieira, em Brasília e perguntei se o programa de inclusão e diversidade ia continuar e ele respondeu que não só iria continuar, como seria aprimorado”, informou Paula Brito e continuou falando sobre outros assuntos relevantes da pauta específica de negociação.

A secretária de estudos socioeconômicos, Renata Ribeiro, falou sobre a dificuldade de se negociar com o Santander. “Avalio que as negociações com o Santander vão ser ainda mais difíceis do que com os demais bancos, em virtude de o banco espanhol ser o campeão de práticas antissindicais. É um banco que fecha agências de maior porte, abre outras menores e em centros estratégicos para seus negócios, sem nenhuma responsabilidade social. Desrespeita a legislação, e a CCT, assedia moralmente seus empregados pelo cumprimento de metas absurdas e abusivas que sobrecarregam e adoecem aqueles e aquelas que geram praticamente um terço do seu lucro global. Para obtermos algum avanço nas negociações com o banco que quer abrir as agências a partir das 8h, precisamos de muita mobilização, disposição de luta e conectados”, avaliou.

O titular do Escritório de Marcelo Assunção e Advogados Associados falou sobre a parceria com o Sindicato dos Bancários da Paraíba e sobre o leque de serviços jurídicos que está à disposição da categoria.

“Há 12 anos estamos no Sindicato dos Bancários, orientando e acompanhando ações trabalhistas individuais e coletivas. Temos um escritório em João Pessoa, parceiros em Sergipe onde temos bastante ações e temos ações tramitando contra diversos bancos. E agora estamos querendo chegar ainda mais perto de vocês. A prática do assédio moral no Banco do Brasil está demais, emitindo Gedip sem fundamento apenas para perseguir bancárias e bancários. Então, estamos preparando uma cartilha para vocês, tratando de diversas ações: assédio moral, assédio sexual, equiparação salarial, horas extras, intervalos, saúde e segurança do trabalhador etc. O Sindicato está perto de vocês, nosso escritório é na sede do Sindicato e temos seis advogados à disposição da categoria. Portanto, divulguem com seus colegas que não é necessário buscar assistência jurídica de fora, quando vocês podem dispor de profissionais qualificados e comprometidos com a defesa intransigente de bancárias e bancários. O nosso escritório é que mais reintegra bancárias e bancários dispensados em tratamento de saúde”, anunciou Marcelo Assunção.

O encontro foi encerrado com a foto oficial e o convite para o jantar de confraternização.

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