Nesta quarta-feira (20), os bancários paralisaram as atividades das agências do Santander de João Pessoa, capital da Paraíba, em protesto contra a implantação da reforma trabalhista, em que a instituição está impondo aos bancários mudanças no banco de horas e fracionamento de férias, além de alterações na data do pagamento dos salários e do 13º salário.
A direção do Sindicato percorreu de forma itinerante todas as agências do banco com a distribuição de materiais informativos em forma de panfletos, direcionados aos clientes e funcionários da empresa.
Para o presidente do Sindicato, Marcelo Alves, os desmandos do banco espanhol, rompe com os acordos firmados em lei, numa clara demonstração de que a única preocupação é o acúmulo de lucros a custa dos trabalhadores. “O sistema financeiro não pode simplesmente implantar a reforma trabalhista, passando por cima do Acordo Coletivo que pela lei está garantido até o dia 31 de agosto de 2018. A direção do Santander precisa entender que qualquer acordo tem que ser negociado com a representação dos trabalhadores. Vamos cobrar do banco este respeito e a revogação imediata dessas medidas”, ressaltou.
Dentre as medidas prejudiciais à categoria bancária estão: o banco de horas ilimitado, a mudança na data de pagamento dos bancários do dia 20 para o dia 30, a partir de março de 2018 e também a alteração do pagamento do décimo terceiro salário – a primeira parcela será em maio (e não mais em março) e a segunda em dezembro (não mais em novembro como sempre foi).
Os protestos nas agências do Santander foram realizados em todo o Brasil nesta quarta-feira. Além da implantação da reforma trabalhista, os bancários também protestam contra demissões arbitrárias e metas abusivas e inatingíveis, que estão levando os funcionários ao estresse e ao adoecimento.
O Santander foi um dos bancos que mais lucrou neste ano: no acumulado de janeiro a setembro de 2017, o lucro foi de R$ 7,201 bilhões, crescimento de 34,6% em relação aos nove primeiros meses de 2016.