No início deste ano, a superintendente de Rede da Caixa Econômica Federal em Campina Grande, Aline Paiva, foi alvo de denúncias de assédio moral, perseguição, indução à venda casada e renovação automática de seguro, além de outras atitudes proibidas pela política de integridade da CAIXA, de acordo com os códigos de ética e de conduta da empresa, mais outros normativos que regem o comportamento dos empregados. O assunto foi tema da reunião que aconteceu esta semana entre a superintendente e os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas do Ramo Financeiro no Estado da Paraíba (Sintrafi-PB) e do Sindicato dos Bancários de Campina Grande e Região (Seeb-CGR).
Durante mais de três horas de reunião, os dirigentes sindicais expuseram as denúncias recebidas pelos sindicatos, destacando trechos de uma reunião realizada em janeiro deste ano entre Aline Paiva e os gestores ligados à SR Campina Grande, que abrange também agências do Brejo, Cariri e Sertão da Paraíba.
Segundo Lucius Fabiani, diretor do Sintrafi-PB e empregado da CAIXA, as denúncias são graves, por isso, o motivo da reunião. “Ficou muito claro para nós que os problemas existem e precisam ser contidos. As tentativas de justificar determinadas condutas não condizem com o conteúdo das inúmeras denúncias que os sindicatos têm recebido. Elas demonstram que está havendo descumprimento da política de integridade da empresa e dos códigos de ética e conduta. Além disso, a indução à venda casada e renovação automática de seguros são práticas ilegais que podem levar os empregados a responderem administrativamente, por serem obrigados a cumprirem ordens direta de seus superiores, e a CAIXA a responder judicialmente. Os normativos existem e devem ser cumpridos por todos, do técnico bancário ao presidente, dos assistentes aos superintendentes”, concluiu.
O presidente do Sintrafi-PB, Lindonjhonson Almeida, avaliou a reunião como positiva e necessária. “Não vamos admitir que nenhum gerente ou superintendente vá além de suas prerrogativas institucionais e desrespeite os empregados da CAIXA, sob o pretexto de entregar resultados. Estamos de olho!”, frisou.
A secretária-geral do Sintrafi-PB e empregada da Caixa, Silvana Ramalho, que também participou do encontro, disse que, apesar dos limites impostos pela pandemia, as entidades sindicais estão por dentro de tudo o que ocorre no banco. “Sabemos perfeitamente o que nossos colegas estão passando nesse momento de pressão contínua pelo atingimento de metas em plena pandemia e não abriremos mão da prerrogativa de representantes da categoria para denunciar e cobrar providências para conter o assédio e a perseguição”.
O presidente do Seeb-CGR, Esdras Luciano, lembrou que os empregados da CAIXA vivem sobrecarregados e trabalham no limite para dar conta da demanda do atendimento nas unidades. “Portanto, é de suma importância se manter um bom clima organizacional, porque é no trabalho onde os colegas passam a maior parte do dia e as relações devem ser de respeito e harmonia para que o clima não se torne pesado. As metas e as cobranças por resultados irão sempre existir, no entanto, cabe à superintendência regional motivar sua equipe e proporcionar boas condições de trabalho. As experiências e a boa técnica mostram que não é com pressão e ameaças que se conseguem bons resultados”, disse.
Após ouvir as denúncias, Aline se mostrou surpresa e tentou justificar algumas de suas atitudes, negou a prática de assédio moral, o descumprimento de normativos, bem como a prática de venda casada. Em relação às denúncias sobre a renovação automática de seguros, a superintendente insistiu que está amparada no normativo do produto. Apesar de negar as acusações, ela assumiu o compromisso de fazer uma reflexão sobre os assuntos abordados e melhorar o relacionamento com a equipe, que, segundo ela, até então, considerava excelente.
A reunião aconteceu de forma presencial na sede da SR Campina Grande e contou ainda com a presença de Odivaldo Bonfim e Leidson Neto (diretores do Seeb-CGR), Álvaro Teodoro (superintendente executivo de Habitação), Thiago Chaves (superintendente executivo de Varejo, em exercício), Marcelo Alves de Oliveira Júnior (superintendente executivo de Patos) e Waleska Vilar (gerente de Rede).