Mobilização já consegue reverter mudanças em algumas unidades, segundo balanço divulgado pela Apeoesp – Balanço feito neste sábado (14) pelo Sindicato do Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) da mobilização de alunos e professores contra a reorganização da rede estadual de ensino, que pretende fechar 94 escolas, mostra que subiu para 19 o número de escolas ocupadas na rede de ensino. Na sexta-feira (13), eram 15 escolas.
A Apeoesp também informou que já podem ser verificadas mudanças no projeto de reorganização em função da mobilização das comunidades.
Na EE Diadema, a primeira escola a ser ocupada, conseguiu-se o esforço conjunto do movimento e Defensoria Pública, com a Apeoesp. Ficou definido que haverá um processo de discussão com a comunidade escolar para definição do futuro da escola. A ocupação permanece.
Em Piracicaba, a EE Augusto Melega não será mais fechada. “Juntamente com a comunidade mobilizada, conversei com o Dirigente Regional de Ensino e mencionei o caso ao próprio Secretário Estadual da Educação, fazendo com que a escola, muito necessária para a aquela comunidade, fosse mantida”, diz a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.
A EE Professor Pio Telles Peixoto, uma das que foi ocupada pelos estudantes, não vai mais ter retirado o ensino fundamental. Por esta razão, está em processo de desocupação.
Outro exemplo é a EE Professor Otávio Martins de Souza, em Franca, que chegou a ser ocupada pelos estudantes, com apoio de professores e pais e manterá o ensino médio, que seria extinto na unidade. Mais um exemplo encontra-se na Zona Oeste. A EE Antônio Emílio de Souza Penna não mais perderá o ensino fundamental, mas a comunidade continuará mobilizada para que não sejam restringidas as matrículas no próximo ano.
Escola José Lins do Rego
O professor Edivan, espancado e preso ontem (14) na reintegração de posse levada a cabo pela polícia sem autorização judicial, divulgou hoje (15) nas redes sociais depoimento em favor da continuidade da mobilização.
“Minha dor é a dor que corrói as entranhas de uma sociedade doente, onde defender o justo, o correto, o digno e o óbvio constitui um crime. Não invadi a escola. Não destruí uma ponta de lápis do patrimônio público. Não estimulei violência de qualquer natureza. Não me satisfez ver sangue num espaço que deveria estimular sonhos. Amo a profissão que abracei. Amo a possibilidade de dialogar com vidas, de estimular seus potenciais, seus sonhos e seu desejo inalienável e sagrado de ser feliz”, afirmou o professor.
“O que me dói, de verdade, no corpo e na alma, é ser um educador num estado em que a educação pública agoniza e se debate em medidas paliativas, implementadas de forma unilateral e autoritária. Agradeço imensamente a todos que de um modo ou de outro externaram apoio e solidariedade num momento tão difícil. Agradeço o carinho de colegas, país e estudantes que tanto amo. Que o retrocesso e o obscurantismo não encontrem morada nestes dias em que fomos agraciados com a vida”, concluiu.
Confira a relação de escolas que estão ocupadas:
EE Diadema – Diadema – Desde 9/11
EE Fernão Dias Pais – Pinheiros – Desde 10/11
EE Godofredo Furtado – Pinheiros – Desde 13/11
EE Dona Ana Rosa de Araújo – Morumbi – Desde 13/11
EE Castro Alves – Vila Mazzei – Desde 12/11
EE Silvio Xavier – Piqueri – Desde 13/11
EE Salvador Allende Gossens – Desde 11/11
EE Cohab Inácio Monteiro – Cidade Tiradentes – Desde 13/11
EE Professora Heloisa Assunpção – Osasco – Desde 12/11
EE Antonio Manoel Alves de Lima – Santo Amaro – Desde 13/11
EE Carlos Gomes – Campinas – Desde 13/11
EE Valdomiro Silvleira – Santo André – Desde 12/11
EE Professor Oscavo de Paula e Silva – Santo André – Desde 13/11
EE Antonio Adib Chammas – Santo André – Desde 13/11
EE Elizeti de Oliveira Bertini – Embu das Artes – Desde 13/11
EE José Lins do Rego – Jardim Ângela – Desde 13/11
EE Comendador José Maluhy – Vila Nair – Desde 13/11
EE Suely Machado da Silva – Franca
EE Professor Pio Telles Peixoto – Vila Jaguara – Desde 13/11