As taxas de juros do crédito a pessoas físicas subiram não por aumento do custo de captação dos bancos, mas por elevação dos spreads bancários. Na média, a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada dessa clientela subiu 1,5 ponto percentual, atingindo 36,5 pontos percentuais no mês.
Nas operações com empresas, o spread também aumentou, saindo de 18,9 para 19 pontos percentuais, apesar da redução da taxa final de juros. Isso indica queda do custo de captação de recursos junto a esse segmento da clientela.
Os dados do BC mostram ainda elevação da inadimplência. O volume financeiro de dívidas com pagamentos em atraso há mais de 90 dias, critério usado pelo BC para medir inadimplência, saiu de 5,3% para 5,5% do universo de operações tomadas como referência para apuração dos juros.
Essas operações, cujo saldo chegou ao fim de julho em R$ 1,028 trilhão, representam cerca de metade da carteira total do sistema financeiro e quase todo o volume de aplicações com recursos livres dos bancos (sem destinação obrigatória).
No segmento de pessoas físicas, a inadimplência subiu de 7% para 7,1% de setembro para outubro. Nos empréstimos e financiamentos referenciais a empresas, esse indicador de potencial calote passou de 3,8% para 4%.
Enquanto a inadimplência é medida sobre o estoque, a taxa de juros e o spread são medidos em relação às concessões de crédito novo no mês.
Fonte: Valor Econômico