Os bancos voltaram a pedir para o Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão dos processos que correm na Justiça que cobram o calote dado pelas instituições financeiras nas cadernetas de poupança nos planos Cruzado, Bresser, Verão e Collor 1 e 2, entre os anos de 1986 e 1991. A resposta? Mais um "não". A informação é do Jornal da Tarde.

Em março os banqueiros já haviam feito uma tentativa de brecar a Justiça que foi negada pelo ministro Ricardo Lewandowski. Um dia antes, o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, e representantes do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) haviam se reunido com Lewandowski para argumentar em favor dos poupadores.

Desta segunda vez, a negativa veio do presidente da Casa, ministro Gilmar Mendes, que até costuma dar uma "forcinha" aos banqueiros.

Os banqueiros agem com energia para dar o calote. Até clima de terror procuram criar, tentando passar a idéia de que o montante envolvido seria um risco para o sistema financeiro do Brasil. Discurso que é desmentido por eles mesmos, em suas previsões de provisionamento.

Entenda o caso

Em janeiro de 1989 a caderneta de poupança era a principal fonte de investimento de milhões de brasileiros. Um volume de recursos de vários milhões do então Cruzado, moeda que sobreviveu até 16 de janeiro daquele ano, dando lugar ao Cruzado Novo.

Nessa passagem monetária, uma das medidas do governo José Sarney para tentar conter a inflação foi alterar o indexador que corrigia mensalmente as cadernetas: o Índice de Preço ao Consumidor (IPC) foi substituído pela Letra Financeira do Tesouro (LFT). Uma troca que gerou rendimento menor aos poupadores.

Não bastasse essa redução no rendimento, os cidadãos tiveram outro prejuízo. Ao calcular os ganhos desses investidores, os bancos aplicaram a troca do IPC pelo LFT desde o dia 1º de janeiro, quando o correto seria a partir de 16 de janeiro. O resultado dessa manobra foi que todos os poupadores com contas aniversariantes na primeira quinzena de janeiro de 1989, de todas as instituições financeiras, tiveram um prejuízo da ordem dos 20,46%.

Fonte: Seeb São Paulo com informações do Jornal da Tarde

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