"Queremos evitar que o consumidor pague por serviços a que tem direito, no pacote essencial definido pelo BC, e que, eventualmente, possam ser embutidos em pacotes de nomenclaturas e composições diferentes, que contribuem para aumentar a confusão do cliente", acrescentou o consultor legislativo Luiz Humberto Veiga, estudioso da matéria, que está se dedicando exclusivamente à subcomissão e pretende lançar, ainda este ano, um livro sobre o assunto.
Segundo Humberto, há casos em que, em vez de elucidar o cliente sobre as tarifas a que tem direito gratuitamente, o encarregado do atendimento acena com pacotes de serviços que até barateiam algumas operações, mas encarecem outras que nem são necessárias. "Não raro, o gerente preenche o contrato e o cliente apenas assina, sem a devida avaliação sobre o que é mais conveniente para ele", ressaltou.
A diretora de Assuntos e Pesquisas da Fundação Procon de São Paulo, Valéria Rodrigues Garcia, alerta para a necessidade de uma análise do cliente para que ele não assuma gastos desnecessários e supérfluos, ao contratar uma lista muito extensa de serviços. "O cliente deve verificar, antes de mais nada, quais os serviços adequados para sua movimentação bancária e optar pelo que for mais vantajoso".
De acordo com Valéria Garcia, o pacote essencial do BC garante serviços gratuitos a quem faz poucas movimentações e atende às necessidades da maioria dos brasileiros com conta-corrente e/ou conta de poupança.
Mensalmente, o pacote dá direito a quatro saques (caixa, cheque ou terminal), duas transferências em contas da própria instituição, dois extratos, dez folhas de cheque, compensação de cheques, cartão de débito e um extrato consolidado do ano anterior, até final de fevereiro, para o Imposto de Renda. No caso da poupança, são dois saques.
Em maio, o Procon-SP fez uma pesquisa com os sete maiores bancos do país, para identificar os pacotes e cestas de serviços disponíveis, pois a diversidade oferecida pelas instituições financeiras "dificulta e até impossibilita uma comparação adequada, pelo consumidor, quanto à melhor opção".
Ao comparar os dados da pesquisa deste ano com dados apurados em maio do ano passado, o Procon-SP constatou que a diferença de valor entre os pacotes padronizados e tarifas de serviços prioritários chega a 70% em alguns casos.
Fonte: Agência Brasil