Nesta quinta-feira (16), representantes do Sindicato dos Bancários da Paraíba (Silvana Ramalho, Paula Brito e Lucius Fabiani) se reuniram com a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal na Paraíba (Paulo Correa Nery, superintendente regional; Francisco Estrela e Daniela Guedes, superintendentes executivos de varejo; e Cristiane Brito, gerente de rede). As denúncias de assédio moral que os gestores vêm sofrendo por parte do superintendente regional foram o principal ponto da pauta.

Assédio Moral

“Temos recebido vários relatos de assédio moral sofrido por empregados e empregadas da Caixa na nossa base de atuação sindical. A pressão tem sido tão grande que muitos colegas comissionados/as estão pensando em entregar as funções. Então, procuramos a superintendência para dialogar já que o nosso papel é zelar pelo bem-estar da categoria”, disse Silvana Ramalho, secretária-geral do sindicato, que coordenou a reunião.

Após ouvir a representação sindical, Paulo Nery negou o que foi relatado pelo sindicato, disse que as cobranças fazem parte da sua função, mas alegou que em momento algum tratou os empregados de forma desrespeitosa.  Mesmo assim, se comprometeu a ter cuidado redobrado e disse que vai refletir e trabalhar para corrigir alguns pontos.

Home Office

A falta de condições de trabalho no home office também foi assunto da reunião. “Sem equipamentos apropriados para trabalhar em casa, os empregados se queixam de dores na coluna e outros desconfortos que comprometem o desempenho de bancárias e bancários. Sem falar na cobrança por metas, por produtividade, que cresce a cada dia. Se o empregado não bate as metas, é malvisto, criticado, ameaçado de perder a função”, disse Paula Brito, diretora do sindicato.

Saúde Caixa

Os problemas relacionados ao Saúde Caixa na Paraíba, com suspensão ou descredenciamento de profissionais, também foi tema do encontro. Paulo Nery garantiu que tratará dos casos junto ao setor responsável em busca de solução.

Sobrecarga

Desde o início do desgoverno Bolsonaro que empregados e empregadas da Caixa vêm sofrendo todo o tipo de pressão. Além da concentração do pagamento do auxílio emergencial no banco público, com o quadro funcional defasado e parte significativa da mão de obra em home office, a direção da instituição financeira exigiu que quem estivesse em atendimento presencial também vendesse produtos do banco social, com cobrança pelo atingimento de até 120% das metas, o que é mais um absurdo. Naturalmente, que uma exigência vinda da cúpula da instituição financeira iria gerar um efeito cascata que fatalmente iria explodir em algum segmento da empresa.

Lucius Fabiani, que é empregado da Caixa, ressaltou a dedicação e a capacidade de trabalho dos/as colegas que geraram um lucro operacional bastante significativo no primeiro semestre, enquanto Pedro Guimarães se desfazia dos ativos da Caixa, mas quer saber quem está assediando moralmente empregados e empregadas, de acordo com o grande número de denúncias de assédio moral que chegam ao sindicato. “Se o superintendente regional nega assediar moralmente, os superintendentes executivos de varejo ratificam a negativa e ambos afirmam que a direção da Caixa não orienta a prática do assédio moral, queremos saber quem assedia, quem ameaça a retirada da função gratificada caso as metas não sejam batidas? A quem interessa esse clima de pânico nas unidades do banco público? Será que algum gestor está abusando do cargo, passando ‘por cima’ da superintendência e agindo por conta própria? Enquanto representantes da categoria profissional vamos investigar e ficar de olho para acompanhar as medidas a serem tomadas pela superintendência para coibir esses absurdos e exigir respeito para quem dá o melhor de si por uma Caixa forte, pública e social”, concluiu.