Depois de terem atingido o pico em novembro do ano passado, os juros cobrados pelos bancos caíram pelo quarto mês seguido, diz o Banco Central. Entre fevereiro e março, a taxa média dos empréstimos passou de 41,3% ao ano para 39,2%, o menor nível desde julho de 2008.

Os juros caíram em quase todas as modalidades. Nas operações com pessoas físicas, a taxa média recuou de 52,6% ao ano para 50,1%. Para empresas, o custo dos financiamentos passaram de 30,9% ao ano para 28,9%.

Uma das exceções foi o cheque especial, modalidade em que a taxa anual foi de 166,7% para 169,1%.

Boa parte da redução nos juros reflete a queda da taxa básica Selic, que ajuda a reduzir o custo de captação das instituições financeiras. Desde janeiro, o BC reduziu a Selic de 13,75% ao ano para 11,25%.

O "spread" bancário também caiu, mas ainda está acima dos níveis antes do agravamento da crise. Em março, o "spread" ficou em 28,5 pontos percentuais, ante 29,7 pontos em fevereiro.

Isso significa que, dos 39,2% ao ano pagos, em média, por um empréstimo concedido em março, 28,5 pontos percentuais correspondem ao "spread". Em agosto de 2008, um mês antes do início da fase mais aguda da crise, ele era de 26,2 pontos percentuais.

O "spread" corresponde à margem bruta absorvida pelos bancos para bancar parte de seus custos -pagamento de impostos, cobertura de despesas administrativas e compensação de prejuízos causados por inadimplência. Também é daí que sai o lucro das instituições financeiras.

A inadimplência, por sua vez, continua crescendo lentamente. Em março, os empréstimos com pagamentos atrasados por mais de 90 dias equivaliam a 5,0% do total, contra 4,8% apurados em fevereiro. A alta foi puxada pelas empresas, cujo nível de atraso subiu de 2,3% para 2,6%. Entre as pessoas físicas, o indicador passou de 8,4% para 8,3%.

Fonte: Folha de São Paulo

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