A União Europeia (UE) sinaliza que uma nova taxa sobre os bancos pode gerar até ? 50 bilhões por ano para os governos europeus, uma receita atrativa num período de enorme endividamento público no rastro da crise financeira.

O G-20, grupo das principais economias, discutirá a aplicação de uma taxa global sobre os bancos na cúpula de Toronto, em junho. Mas a UE acha que vários países vão resistir a impor uma taxação, e se prepara para impor sua própria taxa européia.

Bruxelas estima que, se copiar o modelo sueco de taxa de 0,036% sobre o balanço consolidado dos bancos, a taxação sobre os bancos na Europa renderá ? 11 bilhões por ano.

Mas o mais atrativo é mesmo o modelo que os Estados Unidos querem impor sobre seus maiores bancos, de taxação de 0,15%, gerando receita acima de ? 50 bilhões com base nos resultados das instituições financeiras no ano passado.

No caso da chamada "Tobin Tax", de uma taxação sobre as transações globais, isso poderia render ? 20 bilhões por ano na Europa.

Em termos absolutos, globalmente, a cobrança de 0,1% poderia levantar entre 0,8% e 2% do PIB mundial ou US$ 410 bilhões e US$ 1 trilhão.

O que está claro para os europeus é que o setor financeiro precisa contribuir fortemente para os custos da estabilidade financeira, ainda mais depois da volta aos lucros e bônus gigantes pagos a seus executivos no rastro da pior crise financeira dos últimos 50 anos.

A Suécia criou um Fundo de Estabilidade, cobrando taxa sobre o balanço consolidado dos bancos e não sobre as transações efetuadas. Os Estados Unidos querem cobrar taxa sobre os bancos com ativos de mais de US$ 50 bilhões.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve propor uma taxa global quando os ministros de finanças do G-20 se reunirem no começo deste mês em Washington.

Fonte: Valor Econômico /  Assis Moreira, de Genebra

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