O fim do ano é o momento propício à reflexão sobre tudo o que fizemos nesse período –  O ano chega ao fim e precisamos refletir sobre tudo o que fizemos em 2018. Passou o Natal, a festa maior da cristandade, celebramos o nascimento do Menino Jesus e, mesmo sendo um período festivo, vamos começar nossa reflexão sobre os recentes fatos violentos no país este mês, que vão desde assassinatos em uma catedral católica em São Paulo até a execução de militantes do MST no litoral sul da Paraíba.

Durante uma missa, na Catedral de Campinas – SP, um homem matou cinco pessoa, feriu quatro e suicidou-se em seguida. O médium vivo mais famoso do Brasil, conhecido como João de Deus, foi denunciado e está sendo processado por crimes de abuso sexual. Aqui pertinho de nós, em Alhandra – PB, dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) foram executados no Acampamento D. José Pires.

Esses foram apenas alguns dos fatos violentos de repercussão nacional registrados nos últimos dias, pois no decorrer do ano a violência esteve sempre presente nas atividades bancárias e de diversas formas: nas demissões imotivadas, na pressão por metas cada vez mais altas, na falta de funcionários, que leva ao adoecimento, no assédio moral, nas péssimas condições de trabalho, nos assaltos, nos arrombamentos e nas explosões de caixas eletrônicos,

A violência também esteve em alta na campanha eleitoral. O candidato eleito, que esbravejava que não reconheceria a vitória do adversário, nem a segurança das urnas eletrônicas, foi esfaqueado durante uma passeata, igrejas  católicas foram pichadas e uma garota tatuada à faca com o  símbolo do nazismo.

Agora eleito, o futuro presidente está definindo os ministérios e indicando os titulares para as respectivas pastas. E, pelo que tem se apresentado até então, a violência vai continuar contra os trabalhadores e a população mais carente do país.

Rogério Marinho foi escolhido pelo super ministro Paulo Guedes, para comandar a Previdência por sua experiência como relator e maior defensor da reforma Trabalhista que extinguiu mais de 100 itens da CLT e legalizou formas precárias de trabalho.  A principal tarefa de Marinho, que não se reelegeu deputado, será aprovar a reforma da Previdência até o meio do ano vindouro, em moldes semelhantes à previdência do Chile, onde 90% dos aposentados ganham abaixo do salário mínimo do país e os índices de suicídio de pessoa com mais de 70 anos é o maior da América Latina.

Outro ataque aos trabalhadores foi a extinção do Ministério do Trabalho e a distribuição de suas secretarias para três ministérios distintos, além da criação de uma carteira de trabalho verde e amarela que, na prática, cria uma subcategoria de trabalhador com direitos totalmente rebaixados.

A dívida de gratidão do governo eleito com os banqueiros será paga através da privatização das empresas públicas, entre elas os bancos. Para comandar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal foram escolhidos dois privatistas de carteirinha, que têm como missão abrir essa fatia de mercado para os principais apoiadores do candidato eleito. E nessa onda lá se vão as caixas de assistência e de previdência, forçando os funcionários a optarem pelos planos de mercado, que são dos bancos privados.

E, pelo andar da carruagem, a maior violência contra a classe trabalhadora e a sociedade será a aprovação da “Lei da Mordaça”, que vai criminalizar os movimentos sindicais e sociais, amordaçando os únicos segmentos que protestam e reivindicam.

Com tudo isso, a nossa reflexão é que temos uma história de lutas, sonhos e conquistas que nos estimulam a resistir contra toda essa barbárie. E que venha 2019 e seus desafios!