O estatal Banco Agrícola é o último grande banco comercial chinês a listar suas ações em bolsa. Bancos de investimento passaram os últimos dois anos fazendo lobby para conseguir contratos lucrativos de consultoria. Nas últimas semanas, banqueiros ocidentais como Brian Moynihan, executivo-chefe do Bank of America Merrill Lynch, e John Mack, presidente do conselho de administração do Morgan Stanley, estiveram na China.
Eles se reuniram com executivos do Banco Agrícola para discutir a oferta pública inicial de ações (IPO), assim como com outros executivos importantes de bancos concorrentes chineses com plano de aumento de capital, segundo fontes a par do assunto.
A IPO do Banco Agrícola foi adiada várias vezes pelo governo chinês desde 2006, para dar ao banco tempo para ele reformar sua administração e seu balanço, que prejudicado por empréstimos vencidos e não pagos, concedidos para fomentar a economia rural.
O banco deverá fazer uma listagem de suas ações nas bolsas de Hong Kong e Xangai no terceiro trimestre, segundo banqueiros a par da situação. É o terceiro maior banco da China em ativos e registrou em 2009 lucro líquido de 65 bilhões de yuan (US$ 9,5 bilhões), aumento de 26% sobre 2008. Sua rede de 24 mil agências é a maior da China. A base tem 350 milhões de clientes.
Mais de 20 bancos internacionais e domésticos passaram o feriado da Páscoa respondendo a "solicitações de propostas" para o Banco Agrícola, que serão apresentadas esta semana. "O balanço do Banco Agrícola foi significativamente limpo e todos os bancos estão desesperados para participar dessa mega IPO", diz um banqueiro de Hong Kong.
As autoridades reguladoras chinesas sinalizaram que a IPO poderá levantar até 200 bilhões de yuan, mas documentos enviados pelo Banco Agrícola a potenciais subscritores não especificaram o tamanho da listagem, nem o momento em que ela será feita.
Goldman Sachs e UBS são candidatos com grandes chances de obter o mandato para o lançamento em Hong Kong. Citic Securities eCICC são cotadas para a listagem em Xangai.
Fonte: Financial Times / Sundeep Tucker e Jamil Anderlini, de Hong Kong e Pequim