A Covid-19 tem se espalhado rapidamente pelo país e, além de causar sérios transtornos aos serviços de saúde, enfraquece a economia e prejudica os trabalhadores informais e desempregados. “A melhor medida é o isolamento, é ficar em casa. Mas, a população pobre e o trabalhador, não têm como ficar em casa se não tiver renda, principalmente aquele trabalhador que está na informalidade, que chamamos de autônomo, e o desempregado. Se essas pessoas não saem para trabalhar, elas não recebem”, disse Tereza Campello, em entrevista ao Brasil de Fato.
Para a ex-ministra do Desenvolvimento e Combate à Fome, a chegada da Covid-19 ao Brasil já era prevista desde o final de janeiro, porém o governo não fez nada. “Tem uma série de medidas que já poderiam ter sido feitas, porque as pessoas estão precisando de dinheiro e as crianças já estão em casa sem merenda escolar”, disse.
Em relação ao auxílio emergencial, Tereza Campello ressaltou: “É bom lembrar que o Cadastro Único estava pronto, o Estado estava preparado para atuar em um momento como esse. Isso só aconteceu porque tínhamos política pública e uma rede de proteção voltada para a população de baixa renda”. Tereza Campello ainda avaliou que, neste momento, a importância dos bancos públicos fica ainda mais nítida. “Nós podemos pagar (auxílio emergencial) porque temos um banco público acostumado a fazer esse tipo de pagamento, e o governo queria privatizar a Caixa Econômica. Então, precisamos lembrar que a gente tem o Cadastro Único, que temos o Sistema Único de Saúde e a Caixa Econômica porque eles não tinham privatizado. Não vamos nos esquecer de que o pouco que estamos conseguindo fazer é porque eles ainda não tinham privatizado tudo”, afirmou.