Ato30042015

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Em João Pessoa – PB, nesta quinta-feira (30), a CUT Paraíba, CTB e os Movimentos Sociais lideraram as atividades dos trabalhadores, nos protestos que anteciparam as manifestações alusivas ao Dia do Trabalhador. A concentração começou às 9h, na Lagoa do Parque Solon de Lucena, de onde os manifestantes saíram em caminhada, `s 14h, rumo ao Ponto de Cem Réis, onde aconteceu um Ato Público, seguido de shows com a Banda Forró Caçuá, Santanna – O Cantador, Escurinho e Totonho. Para os organizadores do evento, cerca de 5.000 pessoas participaram das atividades programadas.

Durante todo o dia, os representantes dos diversos segmentos de trabalhadores se revezaram ao microfone para denunciar o maior ataque aos direitos históricos dos trabalhadores, desde a criação da CLT, na década de 1930, com o avanço do PL 4330 da terceirização no Congresso Nacional, onde os parlamentares financiados pelas grandes empresas privadas estão pagando suas dívidas de campanha aprovando as pautas defendidas pelo patronato, entre elas a terceirização desenfreada.

Os manifestantes também reforçaram o alerta sobre os setores conservadores e entreguistas da sociedade, que estão aproveitando das investigações sobre desvios de recursos na Petrobrás e fazendo campanha aberta pela privatização da maior empresa pública brasileira e por um golpe contra a democracia, por intermédio de um pedido de impeachment da presidenta da República legitimamente eleita pelo povo brasileiro.

Contra o PL 4330

Os protestos mais contundentes foram pela rejeição do PL 4330, com a denúncia dos parlamentares que aprovaram no plenário da Câmara dos Deputados o texto-base e os destaques do projeto de lei que legaliza a terceirização até das atividades-fim das empresas.

No dia 8 de abril, 324 deputados federais aprovaram no plenário da Câmara o texto-base do PL 4330, contra 137 votos (187 votos de diferença). Já na votação dos destaques, no dia 22 de abril, o projeto patronal da terceirização teve 230 votos a favor e 203 contrários, mesmo com manobra regimental do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em sua fala, o secretário de finanças da CUT Paraíba e presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, reforçou a indignação da classe trabalhadora com o presidente da Câmara. “Ainda bem que os trabalhadores paraibanos foram coerentes e não permitiram que esse traidor dos trabalhadores chamado Eduardo Cunha ocupasse a nossa Assembleia Legislativa para defender esse projeto de lei que rasga a CLT, acaba com os empregos formais e escraviza os trabalhadores. Por isso que ele foi literalmente enxotado da Paraíba”, ressaltou.

Em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Democracia, da Petrobrás e da Reforma Política

A organização do movimento deixou claro que o 1º de Maio é um dia de luta por ampliação de direitos da classe trabalhadora e de reflexão sobre os direitos conquistados por trabalhador/as de todo o mundo. A história que se tem registro começa em 1886, quando trabalhadores de Chicago (EUA) fizeram uma greve geral para reivindicar redução da jornada de trabalho de até mais de 16 horas diárias para 8 horas. A polícia entrou em confronto. Dezenas de manifestantes foram feridos e alguns mortos. Anos depois, vários países reconheceram a data como feriado, entre eles, o Brasil, a partir de 1925.

Em defesa dos direitos, contra o ajuste fiscal

Foi reforçada a pressão contra a aprovação do PL 4330, que retira direitos de todos/as os/as trabalhadores/as ao permitir a terceirização sem limites, em todas as funções de qualquer empresa e setor, bem como a campanha contra a Medida Provisória (MP) 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e contra a MP 665, que dificulta o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Via de regra, os manifestantes se disseram “contra a política de ajuste fiscal que penaliza o/a trabalhador/a, que gera desemprego e recessão e defenderam a taxação das grandes fortunas, como primeiro passo para uma reforma tributária em nosso País”.

Em defesa da democracia, contra a intolerância

Os trabalhadores também destacaram a luta pela manutenção do estado democrático de direito, contra a onda golpista em curso, que, caso vitoriosa, trará retrocessos para a classe trabalhadora, para a juventude, para as mulheres.E reforçaram que a  luta era contra o preconceito de gênero, raça e etnia, crença, orientação sexual, ideologia política e outras opressões.

Corrupção se combate com o fim do financiamento empresarial de campanha

“Corrupção se resolve com reforma política, com a proibição do financiamento empresarial de campanha e não com golpe de Estado. Enquanto essa forma de financiamento não for proibida, o sistema político brasileiro continuará a seguir os interesses das empresas que financiam as campanhas, e não aos interesses do povo brasileiro”, argumentou Paulo Marcelo, presidente da CUT Paraíba.

Em defesa da Petrobras e do pré-sal, patrimônios do povo

“A Petrobras é do povo brasileiro e não dos patrões!” Repetiram incansavelmente as lideranças sindicais, esclarecendo à sociedade que os ataques à empresa por parte do empresariado e seus representantes, contam com o apoio da grande imprensa e tem o objetivo de enfraquecer esse patrimônio brasileiro para que possam privatizá-lo e, assim, os recursos do Pré-Sal, que deveriam ser destinados à saúde e educação, iriam para a iniciativa privada, aumentando ainda mais os lucros dos patrões.

Em um clima de muita paz e descontração, foi assim que os trabalhadores paraibanos anteciparam os protestos pela passagem de mais um Dia do Trabalhador na Paraíba.

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