Dentre os objetivos do movimento está a luta contra o risco de privatização da empresa, bem como a falta de acordo entre os profissionais e a empresa para fechar a convenção coletiva deste ano.
Dentre as principais reivindicações dos funcionários da estatal estão reajuste salarial de 5%, mais R$ 300 de aumento. Eles também querem manter o plano de saúde como está e ainda incluir sete exames obrigatórios.
Após mais de um mês de reuniões entre a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o Comando Nacional de Mobilização e Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), as propostas da empresa foram de ataques aos direitos históricos conquistados há décadas pela categoria.
O pacote de maldades apresentado pela ECT visa economizar R$ 880 milhões nas costas dos trabalhadores e das trabalhadoras.
A presidência da empresa propôs apenas 1,58% de reajuste, o que não representa sequer a inflação aferida pelo menor índice do período – uma verdadeira afronta à categoria que já vem sendo onerada com a cobrança imposta no plano de saúde, após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), em conluio com a ECT. Sem contar a falta de efetivo, a precarização, o sucateamento, os assédios morais, problemas aos quais os trabalhadores e trabalhadoras são expostos todos os dias.
Déficit
A empresa insiste no déficit, mas não mostra a sobrecarga nas unidades; não se propõe a reduzir os altos salários dos escalões superiores (são oito vice-presidentes ganhando, em média, R$ 40 mil por mês); não avalia a redução dos gastos de chefias com trabalhos aos fins de semana. Na Superintendência Estadual de Goiás, no mês de fevereiro foram pagos a quatro gestores os seguintes valores: R$ 3.532,53; R$ 2.152,17; R$ 1.644,29 e R$ 1.215,98, por repouso trabalhado no CTCE. Sem contar os milhões gastos em patrocínios e viagens das vice-presidências para o exterior.
Exemplos como estes mostram que a ECT não está preocupada com o déficit, mas sim em rasgar o Acordo Coletivo da categoria, implementar a reforma Trabalhista, retirar direitos dos trabalhadores e sucatear a empresa, para depois vendê-la a preço de banana.
Neste cenário de reforma Trabalhista e ataques à classe trabalhadora, os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios precisam lutar para manter seus empregos e direitos. Não podemos aceitar todos estes cortes que ECT e governo querem impor à categoria para cumprir com uma planilha neoliberal de desmonte do patrimônio brasileiro, de entrega da soberania via sucateamento das estatais e retiradas de direitos. Direitos se ampliam, não se retiram!
Proposta
Diante da rejeição unânime da proposta da ECT para o ACT 2018, no dia 31 de julho foi apresentada uma nova proposta, porém ainda rebaixada e que não atende às demandas dos trabalhadores. Em relação ao reajuste salarial, a ECT propôs 2,21%, contudo a projeção dela mesma é que o Ìndice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) chegue a 3,68%. A empresa aceita prorrogar as negociações até o dia 14 de agosto, mas não garantiu a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho atual.
Além disso, manteve a exclusão e redução de vários direitos da categoria:
- 2,21% de aumento no salário (60% do INPC)
- Quantidade de tickets referente aos dias efetivamente trabalhados, incluindo os dias de feriados municipal, estadual e federal. Em caso de férias, abono médico ou afastamentos o ticket será suspenso;
- Exclusão do Vale Cultura;
- Redução dos dias de acompanhamento médico para no máximo 3 dias, mantendo 6 dias ou 12 turnos para dependentes com deficiência;
- Redução do valor pago no repouso remunerado (de 200% para 100%);
- Manter a mesma quantidade de liberação dos dirigentes sindicais, mas com ônus de 50% para os Correios e 50% para as Federações;
- Dentre outros
Fiquem atentos e vamos à luta, pois direitos se ampliam, não se retiram!, alerta a direção do sindicato.
CUT/ASCOM