Crédito: Seeb São Paulo
Seeb São Paulo A Avenida Paulista foi ocupada por trabalhadores de várias categorias profissionais munidos de bandeiras, balões e gritos em defesa de um dos bens brasileiros, o petróleo. A manifestação, pacífica e sem gerar qualquer transtorno, teve início nesta sexta-feira, dia 19, por volta das 10h, e reuniu representantes de diversas entidades sindicais, inclusive da categoria bancária.

Essa foi mais uma das várias manifestações da classe trabalhadora com o objetivo de frear a intenção de tucanos (PSDB) e demos (DEM, ex-PFL) de instalar a CPI da Petrobras. O protesto também teve por objetivo deixar a população por dentro da importância da estatal para o país e do seu crescimento durante o governo Lula.

Panfletos e jornais foram distribuídos aos cidadãos que passavam pelo local, e placas e faixas lembravam a importância dos investimentos da empresa em iniciativas nas áreas de educação, saúde, moradia e reforma agrária por meio da geração de recursos.

A empresa estatal existe há 55 anos e permitiu ao Brasil alcançar o estágio de auto-suficiência na produção de petróleo. Por tudo isso, os trabalhadores defendem a importância de uma legislação rígida do Estado contra a privatização dos bens petrolíferos, contra o sistema de concessões de pré-sal existente hoje.

Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), empresas privadas já detêm 40% do petróleo da região do pré-sal. "Nós queremos o petróleo na mão do governo brasileiro e visando o crescimento do país", disse o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.

Outros representantes de sindicatos presentes alertaram sobre a importância da luta em defesa da soberania nacional, que não é apenas dos funcionários petroleiros, mas de toda a sociedade civil. "O único objetivo de instalar essa CPI é inviabilizar os investimentos que geram renda e emprego para nosso país. E ainda falam que não querem privatizar a Petrobras?" provocou o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique.

O dirigente da CUT lembrou a frase de Sergio Motta, ministro das Comunicações em 1998, durante o governo FHC, que disse que a estatal petrolífera era "um dos últimos esqueletos da República". Motta dizia que a empresa consumia US$ 9 bilhões em importações e que prejudicava a balança comercial e a sociedade do Brasil.

Foi o governo de Fernando Henrique que criou, em 1997, a atual Lei do Petróleo, que permite a exploração de petróleo e gás no Brasil pelas multinacionais. Contra as brechas da lei para a exploração do patrimônio brasileiro, um abaixo-assinado circulou durante o ato pela elaboração de um projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional, a fim de assegurar a consolidação do monopólio estatal do petróleo, a completa reestatização da Petrobras, a destinação social dos recursos gerados pela produção e ainda o fim das concessões para as multinacionais.

O protesto terminou com a execução do Hino Nacional.

Fonte: Gisele Coutinho – Seeb São Paulo