Na noite desta terça-feira (29) o povo paraibano foi surpreendido com a notícia da venda da folha de pagamentos da Prefeitura Municipal de João Pessoa para o Banco de Brasília (BRB), pelo valor de R$ 60 milhões. Desde novembro de 2018 que a folha é processada pelo Bradesco, que a adquiriu através de um processo licitatório. Portanto, a recente negociação enseja uma série de questionamentos.

Se não houve nenhum problema com o pagamento dos servidores públicos municipais até então, por que mudar de banco?

Será que essa venda não vai gerar ônus para o contribuinte com o pagamento de multa por quebra de contrato?

E por que a venda não se deu através de licitação, que ensejaria melhor oferta e/ou melhores condições de atendimento para os servidores?

Será que o BRB, em sendo um banco público, vai realmente conseguir instalar 10 agências bancárias em João Pessoa, seguindo todos os trâmites legais, inclusive para a contratação de funcionários em tempo hábil, uma vez que começa a processar a folha a partir de janeiro de 2023?

Como vai ficar o atendimento aos servidores municipais em dez agências, quando o Bradesco tem 17 agências na capital paraibana?

Quando da compra da folha da prefeitura de João Pessoa, em 2018, o Bradesco abriu mais agências, deslocou funcionários até de outros estados e contratou novos empregados. E agora, haverá fechamento de agências e demissões?

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, está apreensivo com todas essas dúvidas que envolvem essa negociação entre a prefeitura da capital e o BRB.

“A categoria bancária e a sociedade em geral já sofrem com essa onda de fechamento de agências físicas, abertura de agências digitais e diminuição no número de trabalhadores bancários que precarizam o atendimento e aumentam a pressão dos bancos sobre os funcionários. Agora, com mais problemas que ocorrerão com essa mudança de banco por parte da prefeitura da capital, vamos recorrer ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público do Trabalho para que investiguem essa negociação milionária e, mesmo que a licitação não seja obrigatória, que seja um processo transparente, que não prejudique os servidores públicos municipais e os nossos representados”, concluiu Lindonjhonson Almeida.