O principal problema, no entanto, se deu na apuração dos votos, quando os membros do PSTU-Conlutas rasgaram um acordo prévio feito entre as chapas sobre a composição das mesas apuradoras. A comissão havia acertado com as duas chapas que seriam seis mesas apuradoras cada uma com um presidente e dois mesários. O acordo previa que em metade das mesas, o presidente seria da Chapa 1 e os dois mesários da oposição, ocorrendo o contrário nas outras três. No entanto, na hora da apuração, a comissão ignorou o acertado e colocou representantes da chapa do PSTU na presidência de todas as mesas, deixando apenas um mesário para a chapa cutista.
Os membros da Chapa 2 denunciaram a manobra e cobraram o cumprimento do acordo, o que foi ignorado pela comissão. Nesse momento, entraram em cena uma equipe de 40 seguranças, vários deles armados, contratada pelo PSTU-Conlutas, que também chegou a acionar a polícia de choque, demonstrando toda sua truculência.
Para não referendar a manobra antidemocrática do Conlutas-PSTU, os membros da Chapa 2 apresentaram à comissão eleitoral um pedido de impugnação da eleição e se retiraram do local de votação. No entanto, a Chapa 1 manteve sua postura de desrespeito e levou a cabo a contagem dos votos. "Não reconhecemos o resultado da eleição e tomaremos as medidas legais cabíveis para que possamos ter uma eleição justa e que demonstre a verdadeira vontade dos bancários do Rio Grande do Norte", afirma Carlos Roberto Araújo, candidato a presidente da Chapa 2.
Para Carlindo Abelha, secretário de Políticas Sindicais da Contraf-CUT, o processo eleitoral mostra que o discurso "democrático" do PSTU-Conlutas é uma farsa. "Eles sempre cobram democracia, mas realizam esse espetáculo autoritário, que desrespeita os bancários da base", afirma. "Para nós, a eleição ainda não foi concluída. Iremos buscar na Justiça o direito de um pleito isento e democrático", sustenta.
Fonte: Contraf-CUT