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Crédito: Seeb São Paulo

estatua_na_praca.jpgOs bancos estão com o nome sujo na praça e correm contra o tempo para reverter a imagem de irresponsabilidade que ficou após a crise financeira global. Os governos, por sua vez, por meio dos bancos centrais, estão propondo reformas nos sistemas financeiros de seus países. E bancários, de diversas partes do mundo, também discutem o assunto, que vai além da limitação dos ganhos dos altos executivos, mas que exige uma reformulação de políticas de gestão que coloquem o sistema financeiro na rota do desenvolvimento sustentável, com qualidade digna de trabalho e vida.

Assim, liderados pela UNI Finanças, sindicato mundial, os trabalhadores do setor promovem campanha por acordos marco globais. O objetivo é fazer com que os bancos respeitem direitos mínimos de trabalho nos países em que atuam e parem de economizar via precarização de direitos. A categoria mantém ainda, até sexta-feira 16, campanha mundial pela venda sustentável de produtos.

"Os bancários em todo o mundo não aguentam mais ter de vender serviços nem sempre necessários aos clientes, como plano de previdência para idosos, simplesmente para bater as metas impostas pelos bancos", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.

Bônus

A crise financeira também voltou os olhos do mundo para os bônus pagos aos executivos dos bancos. O Sindicato está trabalhando na elaboração de uma proposta a ser encaminhada ao Banco Central, que promove até 30 de abril audiência pública sobre o tema. O objetivo é dar transparência aos dados para inibir negócios de alto risco que elevam os lucros e os bônus, mas expõem clientes e as próprias instituições financeiras.

"Bancos, governos e trabalhadores sabem que esse é um momento único para emplacar uma reformulação do sistema financeiro. Dessa forma ficará claro quem é a favor ou contra as mudanças e quais serão os meios para atingir seus objetivos", afirma Marcolino.

Para ampliar o debate, o Sindicato lança no mês de maio o livro Sistema Financeiro e Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil, em parceria com a Unicamp. Marcolino ressalta que "os bancários têm ampla visão do sistema financeiro e, a partir de suas experiências, podem fazer propostas e interferir para que seja voltado para o desenvolvimento local e regional".

As críticas e propostas pelo movimento sindical no mundo vem bem a calhar. Nos Estados Unidos, manobras contáveis reduziram as dívidas dos bancos em 42%. No Brasil, o setor promete aumentar em 50% a remuneração dos executivos. Demonstração de que mais do que mudar a imagem que passam aos clientes, precisam primeiro mudar sua gestão e suas práticas.

Fonte: Cláudia Motta – Seeb São Paulo

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