Crédito: Seeb São Paulo
"Os bancários em todo o mundo não aguentam mais ter de vender serviços nem sempre necessários aos clientes, como plano de previdência para idosos, simplesmente para bater as metas impostas pelos bancos", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino.
Bônus
A crise financeira também voltou os olhos do mundo para os bônus pagos aos executivos dos bancos. O Sindicato está trabalhando na elaboração de uma proposta a ser encaminhada ao Banco Central, que promove até 30 de abril audiência pública sobre o tema. O objetivo é dar transparência aos dados para inibir negócios de alto risco que elevam os lucros e os bônus, mas expõem clientes e as próprias instituições financeiras.
"Bancos, governos e trabalhadores sabem que esse é um momento único para emplacar uma reformulação do sistema financeiro. Dessa forma ficará claro quem é a favor ou contra as mudanças e quais serão os meios para atingir seus objetivos", afirma Marcolino.
Para ampliar o debate, o Sindicato lança no mês de maio o livro Sistema Financeiro e Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil, em parceria com a Unicamp. Marcolino ressalta que "os bancários têm ampla visão do sistema financeiro e, a partir de suas experiências, podem fazer propostas e interferir para que seja voltado para o desenvolvimento local e regional".
As críticas e propostas pelo movimento sindical no mundo vem bem a calhar. Nos Estados Unidos, manobras contáveis reduziram as dívidas dos bancos em 42%. No Brasil, o setor promete aumentar em 50% a remuneração dos executivos. Demonstração de que mais do que mudar a imagem que passam aos clientes, precisam primeiro mudar sua gestão e suas práticas.
Fonte: Cláudia Motta – Seeb São Paulo